35 madeireiras são interditadas em operação contra crimes ambientais

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Uma operação da Polícia Federal (PF) contra a prática de crimes ambientais prendeu 15 pessoas e interditou 35 madeireiras no Paraná nesta terça-feira (24). Segundo a polícia, os criminosos expulsavam famílias do assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu, no Oeste do estado, para extrair madeira ilegalmente da área. Depois de retirada, a madeira era processada nas serrarias, com a colaboração dos proprietários, e vendida na região.

Ao todo, 29 mandados de prisão e 95 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal para a Operação Tolerância Zero. Foram interditadas madeireiras de 11 municípios, Quedas do Iguaçu, Cascavel, Três Barras do Sudoeste, Dois Vizinhos, Coronel Vivida, Espigão Alto do Iguaçu, São Jorge D’Oeste, Nova Laranjeiras, Laranjeiras do Sul, Rio Bonito do Iguaçu e Sulina.

A Operação Tolerância Zero contou com a participação de 240 policiais federais, 258 policiais militares, além de 28 servidores do Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária (Incra) e 23 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os 549 agentes públicos concentraram-se no início da manhã em instalações do Exército Brasileiro em Cascavel, também no Oeste do Paraná, de onde partiram para os trabalhos com o uso de dezenas de veículos e dois helicópteros.

A investigação que levou ao pedido das prisões foi feita pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente, sediada em Curitiba. Segundo o Incra, 24 denúncias sobre as ocorrências já foram feitas pelo órgão à polícia desde 2005. O relatório das apurações foi submetido à Justiça Federal em Cascavel, que detém jurisdição sobre a área do assentamento. Após manifestação favorável do Ministério Público Federal, foram expedidos os mandados solicitados pela PF.

De acordo com o telejornal ParanáTV 2ª edição, foram apreendidos 107 caminhões carregados de madeira, além de tratores e motosserras. A polícia ainda procura 14 pessoas que estão foragidas. Todos os presos serão encaminhados, após interrogatório, para a Penitenciária Federal de Catanduvas.

Assentamento

A área do assentamento foi adquirida pela União em 2004, e abriga 1.097 famílias, segundo o Incra. O terreno, antes de ser repassado à reforma agrária, pertencia a uma empresa de reflorestamento. Dos 23.733 hectares que compõem Celso Furtado, 5.390 (22,71%) são área de preservação ambiental. Apesar de protegida legalmente, a floresta teve aproximadamente metade de sua área devastada, segundo a PF.