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A luta de quem ficou sem bolsa

“Eu me sinto injustiçada. Terei de trabalhar muito, juntar dinheiro durante um bom tempo para pensar em voltar à faculdade", Karine Iurczyszyn, que teve bolsa integral do ProUni negada e precisou abandonar o curso de Veterinária | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
“Eu me sinto injustiçada. Terei de trabalhar muito, juntar dinheiro durante um bom tempo para pensar em voltar à faculdade", Karine Iurczyszyn, que teve bolsa integral do ProUni negada e precisou abandonar o curso de Veterinária (Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo)

A denúncia envolvendo as estudantes de Maringá trouxe o sentimento de injustiça para alunos que estão na outra ponta e dependeriam dos recursos federais para estudar. Entre os excluídos há jovens que não conseguiram a bolsa integral por uma diferença de alguns pontos e tiveram de abandonar o ensino superior, como Karine Iurczyszyn, 21 anos. Ela precisou deixar o curso de Medicina Veterinária por falta de recursos.

Karine estudou a vida toda em escola pública, fez seis meses de cursinho e estudou por conta própria para passar em Medicina Veterinária em uma universidade particular de Curitiba. Na época, a família tentou pagar as primeiras mensalidades para que, durante o ano letivo, ela tivesse acesso ao ProUni. Mas a resposta dada pela instituição é que o porcentual de bolsas já havia sido preenchido. Karine teve boa nota no Enem (6,8) – no exame de 2010, metade dos candidatos não conseguiu atingir 5. Assim, desde 2008 Karine procurava emprego; encontrou um há dois meses, mas precisou sair da faculdade. "Eu me sinto injustiçada quando ouço estes casos.

Terei de trabalhar muito, juntar dinheiro durante um bom tempo para pensar em voltar à faculdade", afirma.

Um outro estudante, que prefere não se identificar, com apenas 18 anos tem uma jornada dupla e cansativa de estudos e trabalho. Ele cursa Direito em uma universidade da capital e, como não tem a bolsa integral do ProUni, precisa trabalhar como garçom durante a noite para pagar o aluguel e as contas da casa, já que o pai está desempregado. Para economizar os R$ 800 do salário, ele caminha quase duas horas por dia para ir à faculdade, com o objetivo de não gastar com transporte coletivo.

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