Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Ensino superior

Aluna “rica” pede para cancelar bolsa

Outras duas estudantes da Uningá de classe média-alta que estavam no ProUni tiveram benefício retirado na semana passada. Ministério abriu processo administrativo

Maringá - Uma das três estudantes de Medicina envolvidas no escândalo das bolsas do ProUni na Uningá, em Maringá, cancelou o benefício por conta própria. Milena Lacerda Colombari era a única das alunas que permanecia com a bolsa ativa. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Educação (MEC), ela pediu para deixar o programa anteontem. As bolsas das outras duas estudantes, Belisa Stival e Camila Colombari Medeiros, foram canceladas pela própria instituição na sexta-feira passada, dois dias antes de o Fantástico exibir a reportagem sobre o assunto – mas depois que a instituição soube que o programa levaria a história ao ar.

Assim como as colegas, Mi­­lena mora em uma casa de alto padrão em Maringá. Segundo o Fantástico, ela reside com os pais e com o irmão, em uma moradia com piscina. O pai é dono de um bufê de eventos que cobra R$ 7 mil por uma festa de quatro horas para 200 pessoas – o valor é suficiente para pagar duas mensalidades do curso, cujo valor é de R$ 3,2 mil.

Em entrevista ao Fantástico, o pai de Milena reconheceu que a renda familiar atual não se enquadra no critério do governo para a inscrição no ProUni. No entanto, ele acrescentou que ninguém solicitou novos documentos para atualizar esses dados. Segundo o MEC, a renda deve ser de, no máximo, 1,5 salário mínimo por pessoa da família para bolsa integral. Na tentativa de justificar o recebimento do benefício, a estudante disse também que a família enfrentou "dificuldades financeiras". Como exemplo, contou que não viajou para a praia no fim do ano.

Além de não ter de pagar as mensalidades, Milena era a aluna que recebia o benefício conhecido como bolsa-permanência (no valor de R$ 300) por mais tempo, desde abril de 2008. Com o pedido de cancelamento do ProUni, ela também deixa de receber a bolsa-permanência, paga a alunos de cursos integrais. A universitária começou a cursar Biomedicina em 2005, mas três anos depois pediu transferência para Medi­­cina. Ela teve bolsa do ProUni durante todo esse tempo.

A reportagem entrou em contato com a Uningá para apurar por que a bolsa de Milena foi a única a não ser cancelada pela instituição. No entanto, segundo a telefonista, o diretor administrativo, Paulo Barbosa, estava em uma reunião sem hora para terminar. A instituição continua impedindo o acesso da imprensa ao câmpus. A reportagem também tentou contato com a estudante, por meio da empresa do pai dela. A atendente, porém, disse que a família não tem nada a declarar.

Milena é sobrinha de Vânea Colombari, coordenadora de cursos profissionalizantes da Uningá e mãe de Camila Co­­lombari Me­­deiros, outra das alunas envolvidas nas denúncias. A terceira estudante, Belisa Stival, é filha de Ney Stival, diretor de ensino da Uningá.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.