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O policial civil Délcio Raseraestá envolvido com escutas telefônicas ilegais há pelo menos 12 anos. A informação surgiu durante o depoimento do procurador Dartagnan Cadilhe Abilhoa à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do grampo, realizado nesta quarta-feira. Segundo ele, sempre foi "voz comum" nesse período que o investigador operava clandestinamente.

"Desde a primeira vez que estive na Promotoria de Investigação Criminal (PIC) –entre 1994 e 2002 – até eu sair de lá (em 2005) essas notícias me perseguiram", afirmou Abilhoa. Apesar de saber dos crimes, ele disse que não investigou o caso porque a promotoria não tinha condições. "Era muito trabalho para pouca gente, mas certamente que a polícia sabia bem mais do que eu e também não fez qualquer coisa."

O procurador enfatizou que só poderia ter se aprofundado no tema se houvesse um ponto de partida, uma denúncia concreta. "Sem isso, era impossível pegá-lo. Ele era um policial que sabia muito bem o que fazia, tanto que só agora ele foi surpreendido." Abilhoa disse que se encontrou com o investigador apenas em uma oportunidade, em 2000, quando Rasera teve a casa metralhada.

Apesar da importância, as declarações dele sobre o policial civil, que está preso desde setembro, mereceram pouco interesse dos deputados estaduais que compõem a CPI. A maioria das questões foi sobre a tecnologia utilizada para realizar grampos. Elas foram quase sempre idênticas às feitas ao atual coordenador da PIC, Paulo Kessler, na segunda-feira.

Além disso, foram citados vários outros pontos alheios às escutas ilegais. O relator da comissão, Jocelito Canto (PTB), demonstrou preocupação especial com duas investigações solicitadas a Abilhoa (enquanto era coordenador da PIC) pessoalmente pelo governador Roberto Requião. Uma era sobre possíveis irregularidades na zona paraguaia do Porto de Paranaguá e a outra sobre a gestão da Fundação Copel. Ambas não foram concluídas.

Canto também questionou o envolvimento do filho do procurador, o policial civil Ricardo Abilhoa, no caso de extorsão traficante mexicano Lucio Rueda-Bustos, preso no dia 20 de julho deste ano, quando embarcava no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Curitiba. Conhecido como Mexicano, ele é acusado de pertencer ao Cartel Juarez, maior grupo criminoso do México.

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