Em choque, feridos assistiram à morte de parentes
Getúlio Milecke, 64 anos, viu a esposa, a filha e a neta de 12 anos morrerem carbonizadas. Testemunhas do acidente contam que ele e o genro conseguiram escapar da caminhonete Toyota Hilux antes da explosão, mas não tiveram a chance de salvar os parentes que estavam no banco de trás. Em estado de choque, e com as mãos e pés queimados, ambos viram o carro em que estavam queimar até ser completamente destruído. Ficaram sentados na pista, imóveis e impotentes.
Como o caminhão desgovernado veio em direção da pista contrária, no sentido Paranaguá-Curitiba, os motoristas que subiam a serra também se assustaram. Um homem jogou o carro no acostamento ao notar a aproximação da carreta e, desorientado, abandonou o veículo e entrou no mato.
Cinco adultos e duas crianças morreram em um acidente envolvendo três caminhões e quatro automóveis na BR-277, às 9h15 de ontem. A colisão foi no quilômetro 40, nas proximidades do Viaduto dos Padres, no sentido Curitiba-Paranaguá. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um caminhão carregado de soja, com placa de Marmeleiro (PR), teria ficado sem freios na descida da serra, depois de uma ultrapassagem. Sem controle, a carreta atingiu dois caminhões e esmagou outros quatro carros, antes de parar na mureta central da pista e explodir.
Sete feridos, sendo dois em estado grave, foram encaminhados a hospitais de Curitiba. O motorista do caminhão Claudimir Dahmer, 39 anos, teve ferimentos leves. Também se machucaram: Getúlio Milecke, 64 anos, Robert Maels, 36 anos, Danele Vianve Pires, 21 anos, Leonilda José Júnior, 24 anos, Irene Yience, 42 anos, e Gustavo Pires, 14 anos. Três passageiros de uma caminhonete Hilux, com placas da capital, morreram carbonizados. Por volta das 15 horas, as equipes de resgate conseguiram retirar um carro que ficou embaixo do caminhão, com três adultos e uma criança. Até o fechamento desta edição, somente havia sido identificado Marcos Antônio Beletti como um dos mortos. Os sete corpos foram levados para o Instituto Médico Legal de Paranaguá. Um Siena (placa ALZ 0821), de Curitiba, e um Fiesta (placa ANZ 3302), de Pinhais, levavam famílias que iam passar o final de semana no litoral e também foram atingidos pela carreta desgovernada. Os outros dois caminhões que se envolveram no acidente tiveram poucas avarias.
O trecho é uma reta, depois de uma seqüência de curvas na descida da Serra do Mar. A velocidade máxima para caminhões no local é de 40 quilômetros por hora. O congestionamento, por volta das 13 horas, chegava a sete quilômetros em cada sentido da rodovia. O tráfego foi totalmente liberado, mas ainda com lentidão, às 16h05. Quatro horas depois da batida havia focos de incêndio e muita fumaça no local.
O surfista Rodrigo Snege estava descendo para a Ilha do Mel e chegou ao local do acidente minutos depois. "As cenas eram chocantes. Um cenário de terror, com carros espalhados e aquele calor na pista", disse. Snege disse ter visto um motor e pneus explodindo. "Só via o desespero no rosto das pessoas. E muitas queimaram as mãos tentando ajudar quem estava nos carros", contou.
O trânsito também estava complicado ontem na BR-376, perto de Guaratuba, no sentido Santa Catarina, por causa do tombamento de uma carreta que levava uma peça de aproximadamente 50 toneladas. O acidente ocorreu na noite de sexta-feira e, até às 13 horas de ontem, o guindaste não havia conseguido retirar a carga da pista. Os veículos passavam pelo acostamento. O congestionamento atingiu cinco quilômetros.
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Deixe sua opinião