Ponta Grossa Quando a ambulância encostou na frente da casa de Jandilete Moreira, de 16 anos, na tarde de ontem, a família da adolescente achou que a espera havia chegado ao fim. A menina sofre de anorexia nervosa e desde janeiro já perdeu 16 quilos. Há três meses, ela espera transferência do sofá de sua casa, em Ponta Grossa, para o ambulatório de transtornos alimentares do Hospital das Clínicas, em Curitiba. Ontem, Jandilete chegou a ser atendida por um médico, mas recebeu a notícia de que a consulta com o endocrinologista será apenas na quarta-feira. "Nem sabiam que eu vinha pra cá. Agora vou ter de arranjar onde ficar", reclama a menina, que acreditava que seria internada.
Rosemaria Moreira, mãe da menina, conta que, com 1,58 m de altura e 54 quilos, Jandilete se sentia gorda. "Na família é todo mundo gordinho e ela não queria ficar igual", diz. Começaram então as sessões de vômitos e enjôos, até que ela chegou aos 38 quilos. A mãe conta que hoje, com freqüência, o cabelo cai e as unhas da menina quebram. Além disso, o coração está sempre disparado e a anemia é constante.
Os médicos que atenderam Jandilete em Ponta Grossa diagnosticaram que o caso é grave, que ela corre risco de morte e que precisa de um tratamento integrado, com nutricionista, psiquiatra, psicólogo, endocrinologista e remédios, o que só estaria disponível no HC. De acordo com a 3.ª Regional de Saúde, a demora se deve à fila de espera para conseguir esse tipo de tratamento.
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