O livre acesso das crianças à televisão e, nos últimos 10 anos, à internet, ajuda a explicar a precocidade das crianças do século 21. "A tevê e outras mídias influenciam de forma indireta, sutil e cumulativa. A sensação é de que as crianças de hoje estão mais rápidas do que há 15 anos. Não há dúvida de que são mais estimuladas", avalia a psicóloga comportamental Lídia Weber.
Porém, segundo ela, as crianças de hoje não são mais inteligentes do que as do passado. "Elas podem ser mais rápidas a estímulos imediatos, mas não mais inteligentes", conclui.
Além da estimulação intelectual, a adultização pode assumir outras formas. É a menina que aos 10 anos resolve comemorar o aniversário em um salão de beleza ou boatinha, ou garotas de cinco anos que têm batom na bolsa, entre outros exemplos.
Para a professora de psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Míriam Pam, "a infância está se perdendo": "O resultado pode ser crianças hiperativas e/ou depressivas, ou adultos com dificuldade de relacionamento, depressão, estresse. Cri-anças adultizadas podem virar adultos infantilizados". (TC)



