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O advogado que representa a família do piloto de avião Edson Almeida Karpinski, 59 anos, suspeito de tráfico, encontrado morto dentro de uma cela da Policia Federal (PF) levanta suspeitas sobre a real causa da morte do acusado. De acordo com a PF, Karpinski teria amarrado uma blusa às grades do cubículo onde estava e se enforcado. Um inquérito foi instaurado pela PF para investigar o caso. O advogado, Peter Amaro Souza, discorda da versão e aponta "uma sucessão de erros por parte da PF", desde a prisão do suspeito até a investigação sobre o suposto suicídio cometido na sede da PF, em Curitiba. A polícia afirma que o caso está praticamente encerrado.

Para Souza, a principal chave para esclarecer a morte de Karpinski seria a verificação das imagens do sistema de vigilância instalado no interior do prédio da PF. Porém, as imagens que mostrariam a condução do preso até a cela e a retirada após a morte foram apagadas. "A PF informou que o sistema registraria a movimentação por apenas 48 horas e que depois disso as gravações novas seriam sobrepostas às antigas", diz. "Então, por que não pediram as imagens antes desse prazo?", argumenta. Souza afirma ainda que não há assinatura do acusado no inquérito do flagrante.

O advogado conta que a família não acredita que Karpinski tenha cometido suicídio porque "ele era uma pessoa tranqüila e que gozava de boa saúde". "Não quero acreditar que houve participação da PF na morte dele. Mas, seja qual for à conclusão do inquérito, a família vai processar a polícia, porque o Karpinski estava sob a tutela do Estado e acabou morto", lembra.

Sobre a falta das imagens do monitoramento das câmeras, o delegado Jonathan Trevisan, que conduz o inquérito, diz que houve uma falha na configuração do aparelho. "As câmeras deveriam ser acionadas por movimento das pessoas que passavam pelo corredor, mas estavam gravando 24 horas. Um técnico está tentando recuperar as imagens. Porém, mesmo que consiga, as gravações não vão alterar o resultado, porque elas não filmam dentro das celas, apenas nos corredores, para garantir privacidade ao preso", explica. Sobre a assinatura, o delegado diz que Karpinski não assinou o inquérito porque o flagrante não havia sido encerrado até a morte do suspeito.

Advogado

Trevisan afirma ainda que um outro advogado, a pedido da mulher de Karpinski, teria acompanhado todo o processo, desde a constatação da morte do detido e, "em nenhum momento" o defensor teria contestado a ação da polícia.

Edson Karpinski estava detido há apenas 50 minutos quando foi encontrado enforcado com a própria blusa. Segundo a PF, Karpinski era condenado por tráfico de drogas, mas estava em regime aberto quando foi flagrado, na noite do dia 15, com 25 kg de cocaína e dois pacotes de cartuchos calibre 22, no Posto da Polícia Rodoviária Estadual, em São Luiz do Purunã.

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