O comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Cláudio Lucas Lima, foi exonerado do cargo hoje (4) após a Operação Purificador prender 59 policiais militares (PMs) da unidade responsável pelo policiamento do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os PMs são suspeitos de envolvimento em um esquema de cobrança de propina para não reprimir o tráfico de drogas, venda de armas e sequestro.
O comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, disse que, a princípio, o comandante afastado não tem participação nos crimes cometidos pelos policiais militares, mas o grande número de PMs envolvidos mostra que ele não tinha controle sobre os comandados. " Nós vamos fazer uma apuração mais detalhada. Eu acho que a maior punição é perder a função. Ele [o tenente-coronel] sai do batalhão porque mostrou ao comando da corporação que não fiscalizava e não acompanhava o que os policiais dele estavam fazendo", disse.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltramo, elogiou o trabalho de investigação da Polícia Militar junto com a Polícia Federal que desmontou uma quadrilha de policiais corruptos que usava como base um batalhão da corporação. "Nós precisamos mostrar que a própria instituição tem condições de cortar a própria carne e, se ela não tiver condições de fazer, tem outras instituições no sistema de Segurança Pública que pode ajudar. A luta nossa não fica dentro de uma instituição A ou B, a nossa luta é a do bem contra o mal e, quem quiser o bem, que venha como aliadado, porque isso não é só o Rio que precisa, e sim, o Brasil inteiro", disse.
De acordo com as investigações que começaram em abril deste ano, os policiais recebiam cerca de R$ 2.500, cada vez que faziam plantões nas comunidades ação criminosa conhecida como "arrego" - para liberar a ação do tráfico. As apurações apontam também que, além de buscar o "arrego", os policiais militares sequestravam os bandidos e seus parentes, apreendiam veículos do tráfico exigindo dinheiro para devolução, negociavam armas com traficantes e faziam operações oficiais quando o pagamento da propina atrasava. Entre as comunidade em que os PMs atuavam estão as favelas Vai Quem Quer, Beira-Mar, Santuário, Santa Clara, Centenário, além dos bairros Parada Angélica, Jardim Gramacho e Jardim Primavera.
A Operação Purificação foi desencadeada para cumprir 83 mandados de prisão, entre eles 65 policiais militares e 18 pessoas suspeitas de tráfico de drogas. Também estão sendo cumpridos 112 mandados de busca e apreensão. Todos os suspeitos presos até o momento foram levados pafra o Presídio Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste da cidade. Eles deverão ser acusados por crimes de formação de quadrilha, tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva e extorsão mediante sequestro.
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Proposta do Código Civil chega nesta quarta ao Senado trazendo riscos sociais e jurídicos
Deixe sua opinião