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Desde o final da tarde desta quarta-feira (12), cerca de 150 agricultores dos municípios paranaenses de Capanema e Capitão Leônidas Marques estão acampados em frente ao prédio da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) em Cascavel, no Oeste do Paraná.

O grupo faz parte das cerca de 400 famílias atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu e cobra uma definição sobre as indenizações das terras que serão alagadas. A usina pertence ao consórcio Geração Céu Azul, formado pela Neonergia, que detém 70%, e pela Copel, dona de 30%.

Há um ano e meio, os produtores tentam chegar a um acordo sobre o valor das indenizações, mas as negociações estão estagnadas. Eles dizem que a empresa tem oito classificações de valores, que vão de R$ 19,5 mil até R$ 132 mil por hectare, mas, na média, esses valores são insuficientes para adquirir novas propriedades.

O produtor Alaercio Sartori disse que a decisão de fazer o protesto em frente à Copel se deve ao fato de a companhia ter participação em 30% da obra. "Os agricultores resolveram vir aqui e através da Copel chamar a atenção do governo do estado para que as reivindicações sejam atendidas", diz.

De acordo com o produtor Sidnei Martini, muitos produtores já estão impedidos de trabalhar em suas propriedades por conta das obras e ainda não receberam as indenizações. Os valores propostos até agora não atendem as necessidades de realocação das famílias. "A empresa está querendo construir uma usina a baixo custo, mas tirando isso nas costas dos atingidos da usina e isso nós não vamos permitir. O governo do estado legitimou a obra, mas não pensou no descaso social que empresa está cometendo", afirma.

A manifestação teve apoio do padre Antonio Teixeira, pároco da paróquia de Capanema. Ele acompanhou os agricultores até Cascavel e disse que é hora de uma resposta coerente por parte do governo e do consórcio responsável pela obra. "Como igreja, como padre, nos sentimos na obrigação de estar ao lado dessas famílias que a gente vem desde o início acompanhando", diz.

Em nota, o consórcio Geração Céu Azul informa que aguarda que os atingidos nomeiem representantes com agenda concreta de reivindicações para prosseguir o diálogo que teria sido interrompido devido a ameaças aos funcionários da empresa. "O diálogo entre a Geração Céu Azul e os proprietários de terras já produziu resultados reconhecidos, como a atualização do Cadastro Socioeconômico dos atingidos e elaboração de novo Caderno de Preços para as áreas do reservatório, conforme metodologia solicitada pela Comissão dos Atingidos e autoridades locais", afirma o texto.

Por fim, o consórcio informa que a Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu vai gerar energia para 1 milhão de pessoas, a partir de 2016, além de 3.000 empregos na região, durante sua construção, e mais de R$ 7 milhões por ano em impostos pela utilização dos recursos hídricos, destinados aos municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques, Planalto, Nova Prata do Iguaçu e Realeza.

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que estará em Cascavel no final da tarde desta quinta-feira (13) prometeu receber uma comissão de agricultores para discutir a situação.

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