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A greve dos servidores do setor de Radiologia do Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), prevista para começar nesta quarta-feira (25), deve afetar diretamente o atendimento ao público. A diretoria do hospital admite preocupação, principalmente pelo fato de os atendimentos ainda não terem sido normalizados em função da paralisação do ano passado.

Segundo a diretora geral do HC, Heda Amarante, parte dos exames radiológicos deixarão de ser realizados caso a greve realmente ocorra. De acordo com o sindicato da categoria, apenas 30% dos cem funcionários do setor devem continuar trabalhando durante a greve. "Se ficarem 30% [dos funcionários], o serviço cai a 30% [da capacidade total]. Obviamente vamos procurar preservar os casos de emergência e remarcar os eletivos", explica Heda. Também há a possibilidade de os exames serem transferidos para outros locais, como ocorre quando há problemas técnicos com um equipamento do hospital.

A diretora destaca que ainda não foi possível "por em ordem" os atendimentos prejudicados durante a última greve (com duração de 101 dias), que não era específica do setor, mas afetou também a Radiologia. Na avaliação de Heda, a greve prevista para esta quarta-feira "lesa o usuário desnecessariamente".

Para ela, a paralisação da categoria não tem suporte legal e diz respeito a situações particulares de alguns servidores. A categoria exige o pagamento dos adicionais de radiação ionizante e insalubridade, determinados por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.

Erro processual

De acordo com José Carlos de Assis, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná (Sinditest), os servidores tentam negociar com a Reitoria desde outubro de 2011 e – sem avanço nas negociações – decidiram pela paralisação.

O Sinditest informou que 27 funcionários da radiologia ganharam o direito de receber os dois adicionais ao salário depois da decisão do TRF-4, mas a universidade ainda não iniciou o pagamento. Cerca de cem funcionários seriam beneficiados pela decisão, que aumentaria em cerca de R$ 1.300 o salário dos servidores.

Segundo o HC, a universidade não tem como autorizar o pagamento do benefício porque a Procuradoria Regional Federal (PRF) em Porto Alegre detectou uma falha processual, uma vez que a UFPR não havia sido citada no processo. "Com esse problema, o que não foi feito precisa ser refeito para que a falha seja sanada, mas não depende da universidade", explica a diretora do hospital. Ela argumenta que o procurador da instituição busca soluções que agilizem o impasse, mas não é possível intervir diretamente no processo. "E se levar mais dois anos? Eles vão ficar em greve durante todo esse tempo?", questiona Heda.

Estrutura

Sobre o pedido de melhores condições de trabalho e a denúncia de haveria vários equipamentos novos parados e especificações técnicas não sendo cumpridas no HC, o que aumentaria a insalubridade da função, a diretora do hospital foi bastante crítica. "O HC é o maior e melhor hospital do SUS no Paraná e cumpre todas as determinações de diversas secretarias e órgãos, como a Vigilância Sanitária", diz.

Ainda de acordo com a diretora, a universidade e o HC tomam os devidos cuidados para garantir a jornada de trabalho reduzida para estes profissionais, que em alguns casos chega a 20 horas semanais. "O que existe aqui hoje é uma ampla reforma, com a renovação de todos os equipamentos, para que tenhamos uma estrutura de primeiro mundo", explica. Segundo a assessoria do HC, alguns aparelhos estão aguardando o fim das obras para começarem a funcionar no novo espaço.

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