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Nos próximos dez dias, o secretário Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, responsável pela gestão da crise hídrica em São Paulo, pode receber uma caixa de chocolate das mãos do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O presente é uma promessa do governador paulista caso o Cantareira, o principal sistema hídrico do Estado, saia do volume morto ainda neste mês.

“Estamos preparados e torcendo para chover, os reservatórios estão subindo. Eu tenho uma disputa com o Benedito Braga: ele acha que nós vamos sair da reserva técnica, que o pessoal chama de volume morto, até o dia 31. Se sair, vai ganhar um caixa de chocolate Garoto”, brincou Alckmin durante o discurso de inauguração de pôlderes para conter enchentes em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, nesta segunda-feira, 21.

A declaração arrancou risadas e aplausos da plateia que acompanhava o evento. Em alta desde o final de outubro, o Cantareira, atualmente com 26,5%, precisa atingir 29,3% da capacidade para não precisar mais bombear água da reserva profunda. “Acho difícil ele ganhar a caixa de chocolate, mas vamos torcer. Se até o dia 31 sair, ótimo. Se não, deve sair no início de janeiro”, disse. “Vai depender das chuvas.”

As chuvas de verão têm ajudado o Cantareira a recuperar seu volume armazenado de água. Só neste mês, o reservatório já subiu quase sete pontos porcentuais. No dia 1º, o nível do sistema estava em 19,6%. A pluviometria acumulada em dezembro está em 167,5 milímetros - três vezes mais do que foi registrado no ano passado (58,7 mm) e em 2013 (44,2 mm) no mesmo período.

Ainda segundo Alckmin, a alta do Cantareira tem permitido que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) diminua o funcionamento das válvulas redutoras de pressão, que impõem a regiões da capital e da Grande São Paulo horas sem fornecimento de água.

“Nós estamos caminhando para uma normalidade de hidrologia. Tivemos o início do verão muito bom, estamos com perspectiva de, ao final deste ano ou início do ano que vem, não precisar utilizar mais as bombas para trazer a água do volume morto”, disse Braga. “Mas precisamos contar com o apoio da população para reduzir e continuar com o consumo racional da água.”

Na opinião do secretário, a crise hídrica também serviu para conscientizar a população. “Foi uma oportunidade muito boa para que todos, de agora em diante, usem mais eficientemente a água e deem a ela a importância que merece”, afirmou. “A expectativa é que, para o ano que vem, tenhamos uma situação bem melhor.”

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