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Seria possível evitar o furto milionário do Banco Central de Fortaleza, os ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo e os atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos? Segundo o especialista em segurança empresarial Antônio Celso Ribeiro Brasiliano, o ideal não é apagar incêndios, mas prever esse tipo de situação, a partir da análise de risco.

Ele é o convidado especial do 1.º Encontro Metropolitana de Segurança Patrimonial, a ser realizado amanhã, das 8h30 às 12h30, no Mabu Hotel CIC, na Cidade Industrial de Curitiba. O evento é promovido pelo Grupo Metropolitana Serviços e restrito a gestores de segurança de empresas locais.

O objetivo do encontro é trazer a Curitiba uma visão de primeiro mundo na área de segurança, onde ela se insere no planejamento estratégico das empresas. Durante a palestra, o convidado vai falar das estratégias para identificar perigos e de como agir para evitar assaltos, roubos, desvios e outros crimes praticados contra empresas.

De acordo com Denise Magalhães, diretora do Grupo Metropolitana, de cada 300 empresas, em média nove sofrem investidas de bandidos que usam vários meios para tentar entrar no recinto, como arrebentar a cerca e pular o muro para roubar principalmente cabos. Há outros casos mais graves, como roubos cinematográficos feitos pelo crime organizado.

Segundo Brasiliano, bacharel em Ciências Militares e coordenador de curso de MBA em segurança, o que falta a empresários e administradores públicos é visão prospectiva. "Um assalto a carro forte, por exemplo, dificilmente ocorre dentro da cidade, mas num local ermo [deserto], onde a reação policial é mais lenta. Normalmente ele ocorre na estrada, no meio do caminho." Ele explicou que assaltantes que cometem esse tipo de crime costumam planejar suas ações. "A pessoa precisa de um tempo para parar o veículo, um tempo para roubar e um tempo para tirar o dinheiro do local", afirmou.

Durante o evento ele vai dar dicas de como prevenir as situações e evitar surpresas. "Pode-se tanto melhorar a blindagem do carro forte, como colocar um helicóptero para monitorar o transporte de valores", afirmou Brasiliano. Ele lembrou ainda que o bandido tem uma hora para roubar um caminhão na Rodovia Régis Bittencourt (que liga Curitiba a São Paulo), por exemplo, mas que a análise de risco é essencial para inibir a ação do crime organizado.

Sobre o furto de R$ 150 milhões do Banco Central de Fortaleza (CE), os erros na estratégia de segurança são claros para o especialista: "Faltou prevenção. Era possível colocar sensores em áreas críticas e malhas de concreto iguais às existentes nos presídios de segurança máxima". De acordo com Brasiliano, os sensores serviriam para detectar que estava sendo aberto um túnel no local e as malhas para evitar o acesso.

Para o especialista, a análise de risco (crime organizado, corrupção, análise do ambiente interno e como reagir) é o alicerce básico para planejar segurança. Ele avalia que ela também poderia ter sido utilizada para evitar a onda de ataques do PCC em São Paulo e dos terroristas da Al Qaeda no 11 de setembro de 2001.

Serviço: O 1.º Encontro Metropolitana de Segurança Empresarial ocorre amanhã, das 8h30 às 12h30, no Hotel Mabu- CIC, na Cidade Industrial de Curitiba. Mais informações podem ser obtidas no telefone (41) 3330-4001.

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