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O protesto atingiu principalmente ônibus que fazem ponto final ou param na Praça Rui Barbosa | Luis Henrique Sciamanna / Agência de Notícias Gazeta do Povo
O protesto atingiu principalmente ônibus que fazem ponto final ou param na Praça Rui Barbosa| Foto: Luis Henrique Sciamanna / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Após pouco mais de duas horas, os ônibus voltaram a circular no centro de Curitiba. A paralisação ‘relâmpago’ teve início às 15 horas desta segunda-feira e foi motivada por conta de atrasos no adiantamento salarial programado para ser depositado todo dia 20. O protesto atingiu, principalmente, ônibus que fazem ponto final ou param na Praça Rui Barbosa.

Apesar de a cidade estar com movimento abaixo do normal para uma segunda-feira devido às festividades de fim de ano, o protesto de hoje prejudicou quem precisava voltar para casa. Por volta das 17 horas, havia filas em quase todos os pontos da praça. Passageiros aguardavam sentados no chão, inclusive idosos. Por dia, mais de 100 mil pessoas embarcam ou desembarcam em linhas que param ou fazem ponto final do logradouro.

A decisão de paralisar as 60 linhas que passam pela Praça Rui Barbosa foi do presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira. Isso porque, segundo a entidade, sete das 32 empresas de ônibus que operam em Curitiba e região metropolitana não depositaram os vales do último dia 20. O atraso teria prejudicado cerca de quatro mil trabalhadores – ao todo são 12 mil.

O protesto perdurou até o fim da assembleia convocada para discutir o assunto. Após pouco mais de 20 minutos de discussões, os trabalhadores decidiram por fim à greve de hoje e aprovar o indicativo de greve para o próximo dia 7. "Se as empresas não pagarem integralmente os salários no quinto dia útil de janeiro, os motoristas e cobradores vão parar no dia seguinte", garantiu Teixeira.

Catraca Livre

Ao retomarem a operação, os motoristas e cobradores permitiram o reembarque de passageiros que já haviam passado a catraca sem a cobrança de uma nova tarifa. A medida foi adotada após orientação repassada pelo presidente do sindicato. Na prática, a maioria dos passageiros que estava nos pontos após o fim da assembleia pôde embarcar sem pagar.

Atraso nos ‘vales’

O atraso no pagamento foi confirmado pelo sindicato patronal. De acordo com o Setransp, a convenção coletiva estabelece que as empresas repassem até 40% dos salários como adiantamento todo dia 20 e não necessariamente os 40%. Em nota, a entidade informou que todas as empresas pagaram ao menos uma parte do adiantamento salarial.

Na última quarta-feira (24), os trabalhadores haviam conseguido na Justiça obrigar todas as empresas a efetuarem os depósitos em até 48 horas. O sindicato patronal está recorrendo dessa decisão.

Atraso nos subsídios

Segundo o Setransp, os atrasos ocorreram por conta de uma dívida da Urbs com as empresas de ônibus que ultrapassaria a casa dos R$ 10 milhões. O montante se refere às tarifas pagas com o cartão transporte – já que as passagens pagas com dinheiro ficam nos cofres das empresas sem a intermediação da Urbs.

Procurada pela reportagem, a Urbs informou que entrou na Justiça contra o protesto desta quarta porque ele ocorreu sem qualquer comunicação anterior e, portanto, foi ilegal. A empresa informou ainda que os atrasos nos repasses devidos às empresas ocorreram porque o Governo do Estado ainda não depositou R$ 10,7 milhões referentes a parte dos subsídios de novembro e dezembro.

A reportagem procurou a Comec desde o início do protesto, mas não conseguiu contato nos telefones da assessoria de imprensa do órgão.

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