
O comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, pretende se reunir com sindicatos de cinegrafistas e jornalistas para discutir medidas de segurança para o trabalho da mídia em operações policiais. O anúncio foi feito um dia após o repórter-cinematográfico da TV Bandeirantes Gelson Domingos, 46 anos, ter sido morto enquanto acompanhava uma ação da PM na favela de Antares, no bairro Santa Cruz, zona oeste do Rio. Ele levou um tiro de fuzil no peito, que perfurou o colete à prova de balas. A proposta foi bem vista pela presidente do Sindicato Municipal dos Jornalistas do Rio, Suzana Tavares Blass. "Do jeito que está acontecendo hoje, a imprensa já vê só o que a polícia quer, não é isso que vai mudar. Criar uma cultura de que jornalista não tem que se comportar como policial em cobertura policial eu acho positivo", disse. Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa, apoia a discussão. "Há necessidade de proteção aos jornalistas."
A Band informou que Gelson usava um colete à prova de balas do tipo IIIA, resistente a tiros de pistolas e armas de menor potencial ofensivo. O modelo é o mesmo usado pelas Polícias Civil e Militar do Rio. Segundo a Band, a segurança de seus funcionários "sempre foi prioridade" e que a equipe é orientada a não correr riscos no trabalho.
Mas o Sindicato dos Jornalistas do Rio afirma que o colete era de qualidade inferior. Em nota, o sindicato informa que teve acesso ao equipamento, que seria do tipo IIA, que protege contra tiros de armas como a de nove milímetros, com potencial bem abaixo dos fuzis usados em confrontos no Rio. O órgãos disse que, ao contrário do que a emissora afirmou, o equipamento não era do tipo III-A.



