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Em  Copacabana, a ONG Rio de Paz prestou uma homenagem ao cinegrafista | Fabio Motta/AE
Em Copacabana, a ONG Rio de Paz prestou uma homenagem ao cinegrafista| Foto: Fabio Motta/AE

Prisão

Polícia prende 2 suspeitos

Dois homens suspeitos de matar o repórter cinematográfico Gelson Domingos foram presos no início da tarde de ontem, na favela de Antares, zona oeste do Rio. As prisões foram feitas por policiais do 27º Batalhão da Polícia Militar. Segundo a PM, um dos suspeitos é parecido com o atirador que aparece nas imagens feitas pelo próprio Gelson momentos antes de morrer. Os suspeitos estavam em uma motocicleta e com eles, segundo a PM, havia uma pistola e cerca de 400 papelotes de cocaína.

Também à tarde, o corpo de Gelson foi enterrado no Cemitério Memorial do Carmo, na zona portuária do Rio. Parentes do cinegrafista afirmaram que o profissional amava a profissão, mas nunca se descuidava de sua própria segurança. "Ele se transformou em mais uma estatística da violência. Mas, para nós, ele era um herói. Nossa família está hoje chorando, mas sabemos que ele cumpriu tudo o que tinha de passar aqui. E fez bem. O trabalho dele, ele fazia com amor", disse o irmão Ricardo Domingos.

O comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, pretende se reunir com sindicatos de cinegrafistas e jornalistas para discutir medidas de segurança para o trabalho da mídia em operações policiais. O anúncio foi feito um dia após o repórter-cinematográfico da TV Bandeirantes Gelson Domingos, 46 anos, ter sido morto enquanto acompanhava uma ação da PM na favela de Antares, no bairro Santa Cruz, zona oeste do Rio. Ele levou um tiro de fuzil no peito, que perfurou o colete à prova de balas. A proposta foi bem vista pela presidente do Sindicato Muni­­cipal dos Jornalistas do Rio, Suzana Tavares Blass. "Do jeito que está acontecendo hoje, a imprensa já vê só o que a polícia quer, não é isso que vai mudar. Criar uma cultura de que jornalista não tem que se comportar como policial em cobertura policial eu acho positivo", disse. Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Im­­prensa, apoia a discussão. "Há necessidade de proteção aos jornalistas."

A Band informou que Gelson usava um colete à prova de balas do tipo IIIA, resistente a tiros de pistolas e armas de menor potencial ofensivo. O modelo é o mesmo usado pelas Polícias Civil e Militar do Rio. Segundo a Band, a segurança de seus funcionários "sempre foi prioridade" e que a equipe é orientada a não correr riscos no trabalho.

Mas o Sindicato dos Jornalistas do Rio afirma que o colete era de qualidade inferior. Em nota, o sindicato informa que teve acesso ao equipamento, que seria do tipo IIA, que protege contra tiros de armas como a de nove milímetros, com potencial bem abaixo dos fuzis usados em confrontos no Rio. O órgãos disse que, ao contrário do que a emissora afirmou, o equipamento não era do tipo III-A.

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