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Meio ambiente

Após novo vazamento, Chevron quer parar operação

Empresa encontrou uma fissura de 800 metros da qual saíram cerca de cinco litros de petróleo

Primeiro vazamento de óleo da Chevron (foto) ocorreu em novembro de 2011 | Rogerio Santana/Reuters
Primeiro vazamento de óleo da Chevron (foto) ocorreu em novembro de 2011 (Foto: Rogerio Santana/Reuters)

A empresa petroleira Chevron pediu à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para suspender a sua produção no país depois de mais um vazamento de óleo de origem desconhecida ter sido detectado pela empresa. A descoberta foi feita a três quilômetros do local em que ocorreu, em novembro passado, o vazamento de 2,4 mil barris do campo de Frade, na bacia de Campos, no Rio.

No dia 4 de março, a empresa percebeu a existência de uma mancha de petróleo no mar. Na última quarta-feira, após uma varredura nas proximidades dessa mancha, com a ajuda de um robô submarino, foi encontrada uma fissura de 800 metros, a partir da qual saíram cerca de cinco litros de petróleo. De acordo com a Chevron, todo o óleo já foi recolhido, com dispersão mecânica e barcos de apoio, mas o petróleo continua saindo em forma de bolhas pelas fissuras no subsolo.

Para evitar que as bolhas continuassem a chegar à superfície, a Chevron instalou o mesmo sistema de contenção aplicado no primeiro acidente, que também rompeu a estrutura geológica e até hoje libera gotas de óleo.

A ANP fez ontem nova autuação à empresa por não atender a notificação da agência para apresentar as salvaguardas que evitassem novas liberações de petróleo na área. A agência já havia feito três autuações pelo primeiro acidente. Segundo a autarquia, a empresa norte-americana precisa dar mais detalhes técnicos para suspender a produção de cerca de 61 mil barris diários de petróleo no campo de Frade, o único operado por ela no Brasil.

Volta à prancheta

No mundo, a produção da Chevron é de 2,6 milhões de barris de petróleo. Ela tem também uma participação de 37,5% no campo de Papa-Terra, também na bacia de Campos. A primeira extração no local está prevista para 2013. Esse campo é operado pela Petrobras.

De acordo com Rafael Jaen, diretor de assuntos corporativos da matriz da Chevron, nos EUA, a suspensão temporária da produção é fundamental para que a companhia entenda melhor a geologia do local. Ele afirmou que houve um rebaixamento do terreno onde se encontram a nova fissura, por motivo ainda desconhecido.

"Não há evidência de que isso tenha relação com o primeiro acidente, mas o fato de ter havido um rebaixamento nos levou a pedir para suspender a produção para que analisemos melhor as características geológicas", disse o executivo. Segundo ele, a empresa não estava perfurando no local.

O primeiro acidente da Chevron ocorreu no dia 7 de novembro de 2011, durante a perfuração o poço MUP-1, no campo de Frade, que derramou 2,4 mil barris (381,6 mil litros) de petróleo no mar. A empresa recebeu duas multas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), no valor total de R$ 60 milhões mas recorre na Justiça. A definição das multas da ANP ainda depende da conclusão de um relatório da autarquia.

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