A empresa petroleira Chevron pediu à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para suspender a sua produção no país depois de mais um vazamento de óleo de origem desconhecida ter sido detectado pela empresa. A descoberta foi feita a três quilômetros do local em que ocorreu, em novembro passado, o vazamento de 2,4 mil barris do campo de Frade, na bacia de Campos, no Rio.
No dia 4 de março, a empresa percebeu a existência de uma mancha de petróleo no mar. Na última quarta-feira, após uma varredura nas proximidades dessa mancha, com a ajuda de um robô submarino, foi encontrada uma fissura de 800 metros, a partir da qual saíram cerca de cinco litros de petróleo. De acordo com a Chevron, todo o óleo já foi recolhido, com dispersão mecânica e barcos de apoio, mas o petróleo continua saindo em forma de bolhas pelas fissuras no subsolo.
Para evitar que as bolhas continuassem a chegar à superfície, a Chevron instalou o mesmo sistema de contenção aplicado no primeiro acidente, que também rompeu a estrutura geológica e até hoje libera gotas de óleo.
A ANP fez ontem nova autuação à empresa por não atender a notificação da agência para apresentar as salvaguardas que evitassem novas liberações de petróleo na área. A agência já havia feito três autuações pelo primeiro acidente. Segundo a autarquia, a empresa norte-americana precisa dar mais detalhes técnicos para suspender a produção de cerca de 61 mil barris diários de petróleo no campo de Frade, o único operado por ela no Brasil.
Volta à prancheta
No mundo, a produção da Chevron é de 2,6 milhões de barris de petróleo. Ela tem também uma participação de 37,5% no campo de Papa-Terra, também na bacia de Campos. A primeira extração no local está prevista para 2013. Esse campo é operado pela Petrobras.
De acordo com Rafael Jaen, diretor de assuntos corporativos da matriz da Chevron, nos EUA, a suspensão temporária da produção é fundamental para que a companhia entenda melhor a geologia do local. Ele afirmou que houve um rebaixamento do terreno onde se encontram a nova fissura, por motivo ainda desconhecido.
"Não há evidência de que isso tenha relação com o primeiro acidente, mas o fato de ter havido um rebaixamento nos levou a pedir para suspender a produção para que analisemos melhor as características geológicas", disse o executivo. Segundo ele, a empresa não estava perfurando no local.
O primeiro acidente da Chevron ocorreu no dia 7 de novembro de 2011, durante a perfuração o poço MUP-1, no campo de Frade, que derramou 2,4 mil barris (381,6 mil litros) de petróleo no mar. A empresa recebeu duas multas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), no valor total de R$ 60 milhões mas recorre na Justiça. A definição das multas da ANP ainda depende da conclusão de um relatório da autarquia.
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