Após uma série de protestos de professores e funcionários da rede pública de ensino do Paraná, o governador Beto Richa anunciou, na tarde desta terça-feira (3) a contratação de 10 mil professores por Processo Seletivo Simplificado (PSS). Os professores, segundo nota enviada pelo governo do estado, devem ser chamados a partir de quinta-feira (5).
O ano letivo está programado para começar na próxima segunda-feira (9) e a distribuição dos contratados por PSS depende da distribuição, segundo o governo, das aulas para os docentes efetivos.
Durante toda a terça-feira, em várias cidades do estado, professores e funcionários das escolas públicas do Paraná realizaram manifestações contra atrasos dos pagamentos por parte do governo, corte nas verbas repassadas às escolas públicas e demissões de contratados por PSS. Em Curitiba, o ato começou por volta das 16 horas em frente ao prédio onde fica a Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná.
Centenas de funcionários e professores se reuniram em frente ao prédio da secretaria e fecharam a Avenida Vicente Machado, entre os cruzamentos da via com as ruas Brigadeiro Franco e Visconde do Rio Branco.
De acordo com o presidente do APP Sindicato Hermes Silva Leão o ato foi mobilizado, entre outros fatores, após o anúncio do governo, na última quinta-feira (29), de que não realizaria o pagamento do abono de férias do funcionalismo público e nem os contratos por Processo Seletivo Simplificado (PSS). O anúncio da contratação, segundo Leão, é importante, mas não resolve todas as reivindicações.
A falta de funcionários, segundo o presidente da APP Sindicato, representava a impossibilidade de atender aos alunos no ano letivo que vai começar na próxima segunda-feira (9). "Sem esses professores seria difícil começar as aulas, mas o governador ainda não anunciou o pagamento do abono de férias, que é uma pauta imediata", diz Leão.
Os sindicalistas aguardam uma reunião com membros da Secretaria da Fazenda do estado na quinta-feira (5) para definir se haverá o pagamento esperado.
Londrina
Em Londrina, no Norte do estado, cerca de 300 professores da rede estadual se reuniram pela manhã em frente ao maior colégio estadual da cidade, o Vicente Rijo, no Centro, para protestar.
Portando faixas e cartazes os manifestantes chamaram o governador Beto Richa (PSDB) de "caloteiro" pelo não pagamento das férias e das rescisões dos temporários. A uma semana do início das aulas a situação nas escolas é de caos generalizado, segundo os educadores. Estaria faltando de tudo, desde professores e funcionários até merenda e material de higiene e limpeza.
O presidente da APP-Sindicato em Londrina, Marcio André Ribeiro, disse que o contingenciamento de verbas do governo do estado inviabiliza o início do ano letivo. Segundo ele, a demissão de servidores e a falta de verbas compromete a atividade pedagógica. Ele citou o exemplo do Colégio Newton Guimarães, onde dá aulas, que demitiu dez funcionários.
"Com o fim das atividades especiais o colégio vai atender, no período da tarde, 600 alunos com idades entre 10 e 12 anos apenas com dois pedagogos e três funcionários. Fica inviável trabalhar desta maneira uma educação de qualidade no Paraná", afirmou.
O diretor estadual da APP-Sindicato Arnaldo Vicente informou que manifestações semelhantes ocorreram em Arapongas e Apucarana nesta manhã. Após o protesto em Londrina, uma reunião interna seria realizada para avaliar e refletir sobre os rumos do movimento.



