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O retorno dos veranistas das praias paranaenses fez aumentar a procura por atendimento médico de pacientes com diarreia e vômito em Curitiba. O número de pacientes com esses sintomas havia aumentado 15% em Matinhos nos primeiros dez dias do ano e agora isso também se verifica na capital. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, cresceu 51% o número de pessoas que procuraram as unidades de saúde com esses sintomas de 3 a 23 de janeiro em comparação com o mesmo período do ano passado. Nesse ano foram registrados 4.650 casos e no passado foram 3.080. A secretaria não soube informar quantos desses pacientes estavam no Litoral, mas diz que é a maioria.

Ainda não sabe o que tem causado o aumento dos casos de diarreia e vômito, mas uma das possibilidades é de que a água contaminada do mar possa ser a responsável. Essa é a hipótese levantada pelo médico infectologista Alceu Fontana Pacheco Júnior - chefe do Serviço de Epidemiologia do Hospital Evangélico e presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia. O médico afirma que bactérias e vírus presentes na água - como a Escherichia coli (E.coli) ou até mesmo o Norovírus, que tem causado surtos no Litoral paulista -, podem causar esse tipo de sintoma. Ele explica também que não deve se tratar de um problema localizado, como por exemplo a comida de um restaurante, pois nesse caso haveria um número reduzido de pessoas com os sintomas e seria fácil identificar o foco causador. "Pelo número de pacientes é possível afirmar que se trata de diarreia viral e não de diarreia alimentar", diz o infectologista.

Outra questão que se verifica em Curitiba é que houve aumento significativo dos casos de diarreia e vômito em crianças. De acordo com a infectologista pediátrica Marina Assahide, do Hospital Pequeno Príncipe, a resposta imunológica dos pequenos é mais lenta do que a dos adultos, ou seja, são mais frágeis, por isso são atingidos com mais facilidade. Marina também afirma que aumentou o número de atendimentos de pequenos com esses sintomas. "Nas conversas com os pais das crianças percebemos que a maioria retornou das praias", comenta a médica do Pequeno Príncipe.

Outra pediatra que sentiu o crescimento foi Cristina Alves Cardozo, do Hospital Nossa Senhora das Graças. Ela estima que das 40 crianças que tem atendido diariamente em janeiro entre 70 e 80% apresentaram esse sintomas e tinham retornado do Litoral. "Os atendimentos começaram a aumentar depois do ano-novo e ao longo do mês de janeiro têm sido constantes e muito maior do que outras épocas, afirma Cristina . A pediatra também acredita que essas crianças possam ter nadado em pontos impróprios para banho e por isso acabaram ficando doentes.

Os médicos consultados afirmam que a diarreia e o vômito não causam a morte dos pacientes, mas alertam que é preciso ter muito cuidado com a desidratação, pois isso pode levar a morte, principalmente no caso de crianças. Por isso a recomendação é para que o paciente beba muita água e suco, e assim que os sintomas aparecerem é preciso começar com o soro. "Os pais devem comprar o soro vendido nas farmácias e então precisam procurar um médico. O pediatra irá indicar a quantidade e como fazer", explica a pediatra do Nossa Senhora das Graças.

Precauções

Algumas precauções que se deve ter são redobrar os cuidados com a higiene e não tomar medicamentos para cortar a diarreia. Os médicos afirmam que esse tipo de medicamento pode causar paralisia intestinal. Nesse caso, os vírus e bactérias caem na corrente sanguínea e o paciente pode ter infecção generalizada

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