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O documentário, gravado na Igreja Santa Marina, na zona leste de São Paulo, apresenta a santa como uma pessoa trans.| Foto: Reprodução

A Arquidiocese de São Paulo criticou o curta-metragem “São Marino”, que relaciona Santa Marina, do Líbano, com o movimento LGBT. O documentário, gravado na Igreja Santa Marina, na zona leste de São Paulo, apresenta a santa como uma pessoa trans. Além disso, o padre Julio Lancellotti participa no projeto como narrador. Em nota, a “Arquidiocese de São Paulo manifesta que tal narrativa não condiz com a realidade sobre a vida de Santa Marina, venerada pelos católicos”.

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Segundo a Arquidiocese, a história dos santos católicos não pode ser interpretada por ideologias que não expressam o catolicismo. Os produtores do curta afirmam que o projeto se baseou no portal da Arquidiocese de São Paulo. “Quanto ao texto sobre a vida de Santa Marina apresentado no portal da Arquidiocese de São Paulo, e citado como uma das fontes para o referido documentário, consiste na reprodução de relatos publicamente conhecidos da devoção popular. Seu conteúdo não fundamenta qualquer abordagem diferente daquela reconhecida pela Igreja Católica”, afirmou em nota.

A reportagem entrou em contato com a Igreja Santa Marina, que tem como congregação a Província São Paulo Apóstolo (Palotinos). A paróquia e a congregação não se manifestaram sobre o assunto, até o momento. O padre Julio Lancellotti disse “a nota da arquidiocese é a última palavra”.

A verdadeira história de Santa Marina  

Filha única, Marina nasceu no Líbano, no século VI. Sua mãe faleceu quando ainda era uma criança. O pai Eugênio a educou na fé cristã e quando Marina já era jovem, contou seu sonho de se tornar um monge. A decisão do pai deixou Marina triste pelo afastamento definitivo, pois mulheres não podiam entrar no mosteiro.

Procurando uma maneira de ficar perto do pai, Marina teve a ideia de também ir para o mosteiro, mas vestida como homem. Eugênio aceitou a proposta da filha. Dessa forma, cortou os cabelos e se disfarçou de homem, e passou a ser chamada de “Marino”. Ela prometeu ao pai que iria guardar sua virgindade e oferecer a Deus na vida religiosa. Com isso, pai e filha ingressaram no mosteiro.

Com o tempo, Marina progredia nas virtudes e na vida de oração. Sendo que os outros monges nunca desconfiaram que “Marino” fosse uma mulher. Os religiosos relacionavam a falta de características masculinas e a delicadeza da voz à vida de oração de Marina, com jejuns e penitências. Já após dez anos, seu pai faleceu.

Entretanto, um dia, o abade do mosteiro enviou “Marino” e outros três monges em uma viagem e ficaram hospedados em uma pousada. No lugar, havia um soldado romano oriental. Esse rapaz seduziu a filha do guardião da pousada e tirou a virgindade da moça. Com isso, ela engravidou. Para esconder o fato, eles combinaram de falar que havia sido o monge Marino quem fez isso.

Mesmo sendo inocente, Marina não se defendeu, pois havia prometido para o pai nunca revelar que era mulher. Após ter sido expulsa do mosteiro, Marina ainda cuidou do bebê por um tempo e viveu às portas do mosteiro. O abade vendo o sofrimento de “Marino” aceitou novamente como monge, mas impôs os serviços mais pesados e humilhantes como uma forma de pagar pelos pecados. Com tantos trabalhos pesados e jejuns, Marina faleceu.

No momento da preparação para o sepultamento, os monges descobriram que “Marino” era uma mulher e que, consequentemente, era inocente. Os religiosos se arrependeram por tratarem mal uma pessoa inocente. Santa Marina é conhecida na Igreja Católica como uma intercessora nas dificuldades, doenças e calúnias.

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