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Segurança

Associação de militares faz manifesto anti-Requião

Amai critica política de segurança do governo e critérios de reajustes salariais

A Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai) está em campanha contra a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB). A entidade não concorda com a política de segurança do governador nem com os critérios de reajuste salarial concedidos à corporação e pretende distribuir, a partir da semana que vem, adesivos com a frase "150 mil votos na oposição". Alguns modelos já estão circulando por Curitiba.

De acordo com o presidente da Amai, coronel Elizeu Ferraz Furquim, os 150 mil se referem ao número de policiais militares ativos, inativos e pensionistas e seus familiares. "Essa é uma previsão inicial. Achamos que podemos transcender esse número quando a campanha chegar às ruas", afirmou. Segundo Furquim, a associação vai se reunir também com outras categorias de servidores públicos para incentivar o voto em outros candidatos. Ele disse que a Amai não apóia nenhuma candidatura específica. "Não é possível dar mais um mandato ao Requião. Há outras opções de governo mais saudáveis", declarou.

Furquim diz que nenhum militar da ativa vai criticar publicamente o governador, já que isso seria uma falta disciplinar, mas assegura que a campanha tem grande apelo junto à corporação. "Estamos cobrando politicamente as violações de cidadania e as discriminações sofridas pelos policiais militares."

Um oficial da Polícia Militar, que pediu para não ser identificado, contou que os policiais estão "desgostosos com a política de valorização da administração Roberto Requião em relação à PM". Segundo ele, as principais reclamações são quanto aos aumentos concedidos à Polícia Civil, que se diferenciam dos dados à PM. "Os policiais civis receberam reajuste de uma só vez, enquanto que nós, da PM, tivemos o parcelamento em sete vezes. Outra questão foi o aumento para os delegados. Os oficiais militares não receberam nada. O descontentamento é geral", disse, reclamando ainda da modificação nas regras de promoção, que beneficiaram um menor número de policiais militares.

O outro lado

A Secretaria de Estado da Administração informou que os policiais militares de todos os postos foram contemplados, em 2003, com reajustes decorrentes de aplicação de novos índices de gratificação sobre o vencimento base, variando de posto para posto. Neste ano, houve reajuste na remuneração de soldado de primeira classe ao posto de subtenente.

O governo acredita que o orçamento estadual vai prever, no ano que vem, a revisão geral dos salários dos servidores, com a reestruturação de remuneração dos policiais de todos os postos.

Segundo a Secretaria da Administração, não há qualquer tipo de tratamento que privilegie uma categoria em detrimento de outra. A igualdade salarial entre uma e outra categoria, de acordo com o governo, não é aplicável, já que se tratam de carreiras que, embora lidem com atividade idêntica, têm estruturas distintas.

O Movimento das Esposas de Policiais Militares também não concorda com as críticas da Amai. "Apenas os oficiais (capitão, major, tenente-coronel e coronel) estão insatisfeitos. Nunca houve governo que olhasse tanto para os praças (de soldado a subtenente)", disse Isabel Neves, representante da entidade.

Leia outras reclamações e reivindicações dos policiais militares no site da versão impressa da Gazeta do Povo (conteúdo exclusivo para assinantes)

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