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A localização da lombada do Parque Barigui, uma das inativas, favorece os abusos dos motoristas | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
A localização da lombada do Parque Barigui, uma das inativas, favorece os abusos dos motoristas| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Dezessete das 42 lombadas eletrônicas de Curitiba, apesar de existirem fisicamente, não cumprem a função de monitorar e coibir o excesso de velocidade praticado por condutores. Desligados, os equipamentos criam espaços de conflito no trânsito. Enquanto alguns respeitam o limite de velocidade – mesmo com a lombada fora de operação –, outros se aproveitam para caprichar no acelerador, aumentando o risco de acidentes e atropelamentos. De acordo com a Urbs, empresa gerenciadora do trânsito na capital, a situação se deve ao alto custo de manutenção das lombadas. E a solução depende do bom andamento de uma licitação.

A concorrência prevê a contratação da empresa responsável pela manutenção de 30 barreiras eletrônicas – 12 das 42 atuais serão substituídas por lombadas convencionais ou semáforos – pelo valor máximo de R$ 3 mil/mês por equipamento. Até o momento, a Urbs era responsável pelos equipamentos (adquiridos em 1998), incluindo revisões e substituições de peças em caso de vandalismo ou problemas técnicos. Conforme a Urbs, a antiga em­­presa cobrava R$ 2 mil apenas pela mão de obra dos serviços. "Como não se pode prever os problemas, também ficava difícil mensurar isso no orçamento", explica Rosângela Battis­tella, diretora de Trânsito de Curitiba.

Existe uma segunda licitação em andamento, para comprar novas 50 barreiras eletrônicas, além de 140 radares – sendo 70 com tecnologia para controlar o avanço de semáforo. A intenção da Urbs é concluir ambas as licitações até janeiro de 2010. As últimas concorrências, no entanto, esbarraram em contestações judiciais, levando tempo maior do que o prazo estimado inicialmente. Após a conclusão do processo, Curitiba sairá dos atuais 110 radares e 25 lombadas para 140 radares e 80 lombadas.

Travessia perigosa

Enquanto o novo e mais completo sistema de monitoramento não entra em operação, a população encontra dificuldades em trechos com as lombadas desligadas. É o caso da Avenida Cândido Hart­mann, ao lado do Parque Barigui. Como está posicionada próxima à ladeira, alguns condutores abusam do acelerador na descida e outros tentam não perder o embalo na subida. Atores mais frágeis do trânsito, pedestres e ciclistas reclamam dos perigos da travessia – bastante usada por interligar os dois lados do Barigui.

"Sem a lombada, os carros não têm por que reduzir e acabam passando acima dos 40 quilômetros por hora", relata o estudante e ciclista Paulo César. Segundo César, nos horários de pico, forma-se uma grande fila de veículos em função do excesso de movimento. "Se você for rápido, acaba conseguindo atravessar a rua. Agora, a perna deve estar em dia, caso contrário é bem perigoso", acrescenta o ciclista.

O contador Venicius Antonio Crovador relativiza o perigo da travessia. "Depende muito do dia e do horário. Dá para perceber que alguns motoristas tentam segurar", diz. "Mas se a lombada voltasse a funcionar, seria excelente, porque sempre gera um pouco de medo. Quem anda mais devagar, como os idosos, crianças ou mulheres com filho de colo, tem mais dificuldade", avalia.

Negligência

O não funcionamento das lombadas não representa negligência da Urbs, na opinião de Rosangela Battistella, pois os abusos por parte de condutores ocorrem por falta de educação no trânsito. "Não se pode culpar a administração por isso. Se as lombadas não estão em funcionamento, a sinalização continua lá, basta o motorista respeitar", opina. Por se tratar de equipamentos eletrônicos, algumas das 25 lombadas em funcionamento também falham. "Depois da manutenção, elas voltam a funcionar. Nem por isso o motorista deve aproveitar o momento para exceder a velocidade. Partimos da premissa da boa fé dos motoristas", diz a diretora de Trânsito de Curitiba.

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