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Entidades acusam que cães eram mantidos em condições precárias | Lidia Peixer/Arquivo Pessoal
Entidades acusam que cães eram mantidos em condições precárias| Foto: Lidia Peixer/Arquivo Pessoal

Acumuladores

No final de setembro, a reportagem visitou a casa de onde os cães foram retirados. A dona, Maria Cristina Gomes, de 52 anos, contou que começou a acolher cachorros da rua há dez anos, após a morte do filho. Ela calculava que havia pelo menos 110 animais no local, e argumentou que procurava doar alguns para adoção, mas a procura era menor do que a "entrada", e que era melhor eles estarem ali do que abandonados pela cidade.

As entidades que retiraram os animais contaram que o imóvel onde os cachorros eram mantidos é alugado, e Maria Cristina deixou de morar lá quando a casa se tornou inabitável devido ao lixo, à sujeira e ao excesso de bichos.

A Rede de Proteção Animal conduz uma pesquisa sobre os acumuladores de animais da cidade, a partir de denúncias encaminhadas à prefeitura. O trabalho, que tem financiamento da Fundação Araucária, catalogou cerca de 130 casos até o final de setembro. O levantamento, segundo a Secretaria de Meio Ambiente, deve ser concluído em até dois anos.

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  • Local chegou a abrigar mais de cem cães no bairro Uberaba
  • Cachorros foram retirados em onze resgates no mês de novembro. Nesta quarta (25), os últimos animais foram recolhidos da casa

Ativistas de três entidades retiraram, na tarde desta segunda-feira (25), o último grupo entre mais de 90 cachorros que eram mantidos em uma pequena casa no bairro Uberaba, em Curitiba. Os cães foram recolhidos em onze resgates desde o início de novembro, segundo a Associação das Mulheres Vendedoras Autônomas do Paraná (AMVAP), que coordenou a ação ao lado das ONGs "Salva Bicho" e "SOS Animau" Curitiba.

De acordo com Lídia Peixer, da AMVPAR, os animais ficavam em um pequeno terreno que continha canis deteriorados, montes de entulho e uma casa em condições precárias. Eles eram alimentados por uma mulher que, segundo a entidade, não mora mais no local e continuava acumulando cães apesar de não ter mais condições de mantê-los.

"Nós estamos denunciando esta situação desde 2011, foram feitos protocolos na prefeitura e mais de vinte pedidos ao telefone 156. O ambiente é sujo e nós já tínhamos retirado cachorros de lá antes, 60 deles em um único dia", contou Peixer.

A prefeitura afirmou já estar ciente da situação, mas enfatiza que o resgate dos cachorros não foi autorizado. Uma representante da Rede de Proteção Animal, que esteve no local, explicou que a proprietária é uma acumuladora sem intenções comerciais, o que é tido como transtorno mental, e está recebendo assistência psicológica da Secretaria de Saúde. Mas a retirada dos animais requer um procedimento legal, e os ativistas não poderiam ter invadido a casa sem permissão formal.

Peixer se defende afirmando que não era mais possível esperar. "Alguns cachorrinhos estavam só pele e osso, à beira da morte, e o ambiente é imundo, os animais comiam próximo às próprias fezes. Vamos esperar a situação ficar pior ainda até a prefeitura tomar uma providência?", questiona. Segundo ela, o local foi apelidado de "casa dos esqueletos", devido à fragilidade corporal dos cães.

De acordo com as entidades, os animais saudáveis foram encaminhados para hotéis caninos da capital paranaense, onde as diárias, que custam por volta de R$ 20, são financiadas pelas próprias instituições e suas parceiras. Outros foram levados a uma chácara mantida por uma das ONGs. Já os mais debilitados foram levados a clínicas veterinárias.

Ativistas retiram cães de residência no Uberaba

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