Salvador Os empresários de turismo da Bahia comemoraram a decisão do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de ampliar de mil para 1,5 mil quilômetros o raio dos vôos partindo do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, entre 1.º de dezembro e 15 de março.
De acordo com o gerente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira da Bahia (Abih-BA), Luiz Blanc, a decisão é benéfica para que as empresas do setor no estado aproveitem o verão para "fazer caixa" e se preparar para o caso de a proibição voltar a valer depois da alta temporada. A Abih estima que a restrição dos vôos partindo de Congonhas, tomada no mês passado, tenha feito o fluxo de turistas no estado diminuir 30%.
Segundo cálculos das companhias aéreas, a Bahia deixou de receber 15 mil turistas em um mês por causa da decisão os aeroportos do estado tiveram redução de 28 vôos diários, 14 partidas e 14 chegadas. Se a restrição fosse mantida na alta temporada, a diminuição do fluxo de turistas poderia chegar a 35 mil por mês. Segundo dados da Secretaria de Turismo da Bahia, 60% dos turistas que chegam à Bahia têm como última procedência São Paulo.
A ministra do Turismo, Marta Suplicy, elogiou ontem a decisão de aumentar para 1.500 quilômetros a distância máxima a ser percorrida pelos aviões com partidas e chegadas em Congonhas durante a alta temporada. No início de outubro, Marta conversou com Jobim sobre o impacto que a redução dos vôos regulares e charter tinha para o turismo do Nordeste. Segundo ela, a decisão é muito importante para o turismo, uma atividade econômica vital no país.
"Os novos limites vão facilitar o turismo na alta temporada para estados agora beneficiados, como Mato Grosso, Tocantins e Bahia. Com essa decisão, também melhoram as ligações com outros destinos turísticos", disse Marta.
Jobim atribuiu a decisão de ampliar a distância máxima de vôos a ser percorrida a partir de Congonhas à queda de 50% das reservas nos hotéis baianos. Segundo o ministro, a inexistência de vôos diretos a partir de São Paulo estava provocando graves problemas no setor hoteleiro, que já estava demitindo pessoal, justamente numa época em que a expectativa era de contratações e expansão dos negócios. Segundo Jobim a decisão foi tomada depois de conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes das empresas aéreas.
Jobim pediu às companhias que a malha que está sendo desenhada para entrar em vigor já inclua opções, a partir de Congonhas para Ilhéus, Porto Seguro e Salvador, cidades turísticas que estavam sendo prejudicadas com a decisão anterior.



