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Pressionado por uma ameaça de greve geral do funcionalismo público, o governo do estado pode enfrentar problemas, também, com a base aliada na Assembleia Legislativa. Desgastados com os seguidos projetos impopulares enviados pelo Executivo desde o fim do ano passado, os parlamentares governistas ameaçam não aprovar em plenário o reajuste de 5% em duas parcelas aos servidores.

Uma reunião está marcada para esta terça-feira (19) de manhã para tentar chegar a um consenso.

Cutucada

O ex-presidente Lula usou as redes sociais para cutucar Beto Richa. "Enquanto em alguns estados os governos não dialogam com os professores, o PT e os partidos aliados em Minas Gerais mostram que é possível avançar (...) Educação se constrói com diálogo, não com violência", afirmou o ex-presidente, em referência indireta ao episódio violento de 29 de abril em Curitiba.

100 mil servidores para pressionar Richa

Este é o contingente que deve se mobilizar em todo o estado hoje pela retomada das negociações da data-base. Ontem, o Executivo acenou o retorno do diálogo se os professores voltarem às salas

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Reduzida a 33 deputados desde o início da crise com os professores da rede estadual, a base aliada ao governador Beto Richa (PSDB) entende que não há clima para aprovar um reajuste abaixo da inflação com a população toda do lado dos docentes. Na avaliação dos parlamentares, o Executivo tem cometido sucessivos erros na forma de apresentar suas propostas aos paranaenses.

“Se eles tivessem explicado de forma clara à população que a legislação só permite que sejam dados esses 5% hoje, não teríamos esse problema. Agora, todos os paranaenses estão ao lado dos servidores”, afirma um deputado aliado. “O governo tem perdido a guerra da comunicação sistematicamente.”

Ele cita, por exemplo, o caso da Paranaprevidência em que o Executivo sacou cerca de R$ 500 milhões do caixa do Fundo Previdenciário, quando tinha dito que não iria sacar o valor retroativo a janeiro deste ano, mas sim fazer repasses menores ao fundo nos meses seguintes. “É evidente que esse saque não vai quebrar a previdência, mas faltou sensibilidade para entender o momento que estamos vivendo”, argumenta.

Outra crítica é que tem faltado habilidade para negociar com os professores e com a própria base na Assembleia. No caso da data-base do funcionalismo, por exemplo, a proposta de 5% de reajuste foi comunicada aos parlamentares de forma definitiva, sem qualquer consulta prévia.

Sem saber de onde tirar os R$ 500 milhões anuais que representariam o reajuste integral da inflação, de 8,17%, o governo pode ter de ceder aos apelos dos deputados e apresentar uma proposta intermediária. Uma delas seria a reposição de 5% anuais até 2017.

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