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Quando foi que o Pancho do Rebouças descobriu o Pancho Villa?

Muito cedo. É apelido que surgiu na infância, coisa de família. Guri, gostava de gibi e do Pancho Villa, que se chamava Francisco Villa. Francisco aqui é Chico, no México é Pancho. Aliás, o Fabiano, meu filho mais velho, me presenteou anos atrás com fotos-postais de Pancho Villa em plena – e gloriosa – Revolução Mexicana. Ele, o Pancho, mais o Zapata, Emiliano Zapata. Uma dupla da pesada. Aliás, viram o filme Viva Zapatta, do Elia Kazan? Muito bom.

Rolou um "ser ou não ser" entre ser Ferroviário, Atlético ou Britânia?

Não. Morávamos na Rua Engenheiros Rebouças, mas pra cá da Marechal Floriano, ou seja, mais perto do Joaquim Américo.

Quem jogava melhor – você ou o mano Tito?

O Tito (Adilson Dias Camargo), é claro. Chutava inclusive com a esquerda (pé esquerdo) e era o craque e gal㠖 não necessariamente nessa ordem – do futebol de salão da 1.ª Igreja Batista, ali na Visconde com a Wespthalen. Hoje virou estacionamento.

Voltaria a Saicã para um passeio?

Certamente. Voltei à região anos atrás. Não mudou nada, posto que Saicã é uma campo de treinamento do Exército... O que mudou foi a vizinhança, cidades próximas, São Gabriel, Dom Pedrito, etc.

Sem modéstia – qual o melhor título que você já deu a uma matéria?

Não sei. Assina-se reportagem, matéria de jornal, não manchetes, títulos, mas há três inesquecíveis – O Estado do Paraná recebeu cumprimentos de muita gente. Cito eles: "A terra é de Cretã; para sempre". Cretã era um líder indígena que lutava pela posse da terra e que morreu, ou foi morto, em circunstâncias muito convenientes para os senhores da terra. "Jango está de volta; morto". Sobre a morte do presidente no exílio e toda a dificuldade para o translado do Uruguai para o Rio Grande do Sul. Vivíamos sob a ditadura militar. E "Pobre do país que precisa de heróis", na morte de Tancredo (Tribuna do Paraná).

Onde anda o retrato do Che?

Onde sempre esteve. No peito. E na parede de casa. Olhos abertos. O filho da mãe morreu de olhos abertos, encarando o inimigo, olho no olho. E com um quase imperceptível sorriso no canto da boca. Desafiador.

Já calculou quantas vezes leu Vidas Secas? Se não, cite um trecho.

Ainda não, mas gosto de transpor o caboclo Fabiano para as páginas de Memórias do Cárcere, e vice-versa. No primeiro, Graciliano se curva ao "soldado amarelo", no meio da caatinga, e ("governo é governo") poupa a vida do "indivíduo chinfrim". Em Memórias, Graciliano, ou Fabiano, domestica o soldado amarelo (no caso, a cor já era bem outra, mas o tacão era o mesmo). Abre-lhe o caminho, politicamente.

Sabe de cor a receita do "Mineiro de Botas"?

Sei. Fatias de queijo, marmelada, banana e – tchan, tchan, tchan-tchan! - conhaque. Depois é só acendê-lo à mesa.

Mensagem a Juarez e aos célebres amigos de bar.

Suerte! E que nossas mulheres nunca fiquem viúvas.

Aos chatos, com carinho...

Vocês não tinham outro assunto em pauta? Estão desperdiçando espaço. É gastar vela em mau defunto.

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