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Santo Antônio da Platina – Um bebê de 2 meses morreu asfixiado, na madrugada de ontem, junto ao pai e sob o corpo da mãe, uma adolescente de 15 anos. O acidente ocorreu na residência do casal, na periferia de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, horas depois do menino Pedro Henrique Gomes da Silva ter sido amamentado e colocado para dormir na cama onde repousavam os pais.

De acordo com os policiais militares que atenderam à ocorrência, tudo indica que a mãe tenha dormido e se acomodado sobre o bebê sem querer. Segundo o boletim de ocorrência da PM, uma tia da criança, que divide a moradia, foi quem percebeu que a criança estava morta porque o bebê apresentava sinais de vômito e estava com os lábios roxos. O corpo da criança foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Jacarezinho e liberado no fim da manhã.

A Polícia Civil vai aguardar o laudo da necropsia, que deve demorar cerca de 30 dias para ficar pronto. Se for comprovado que a mãe teve culpa na morte do bebê ou foi negligente, a adolescente poderá ser responsabilizada. Segundo levantamento feito pela equipe da 38.ª Delegacia de Polícia Civil de Santo Antônio da Platina, não há registros de casos semelhantes na cidade nem na região.

O pediatra Gérson Lavoratto disse que os médicos sempre aconselham os pais a evitar ir para cama com os bebês. "Para segurança da criança, ela deve dormir num espaço próprio, onde não corra o risco do adulto sufocá-la. Não podemos esquecer, que até por volta de um ano, os bebês têm pouco movimento, o que significa que eles não conseguem se livrar de uma situação de asfixia", disse.

Segundo o pediatra, casos de mortes de recém-nascidos por asfixia não são tão raros quanto as pessoas acreditam, mas o caso em Santo Antônio da Platina surpreende pelo fato da própria mãe ter causado a falta de ar. "Existe a síndrome da morte súbita infantil, que costuma ocorrer com bebês de até um ano de idade", diz, citando que a criança morre enquanto está dormindo, mas sem nenhum motivo aparente ou fator externo que cause o sufocamento, como no caso desta mãe.

Punição

Para a psicóloga Débora Pavoni, a morte de uma criança nessas circunstâncias já é uma punição para a responsável. "Ainda mais para uma mãe, com apenas 15 anos", justifica. Isso porque, explica a psicóloga, os pais levam os filhos recém-nascidos para a cama do casal com a intenção de dar mais proteção ao bebê, quando na verdade estão assumindo um risco.

"Não conheço a mãe e cada ser humano tem um jeito próprio de enfrentar certas situações mas, na maioria das vezes, a perda dessa forma já é um trauma, agora, imagina ter que responder a isso criminalmente. O sofrimento desta adolescente será dobrado", diz.

Débora disse que pessoas que passam por um trauma assim precisam de assistência psicológica. "Uma terapia pode ajudar a pessoa a superar esse episódio tão traumático e evitar mais sofrimentos no futuro", explica.

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