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Curitiba – O candidato Luciano Bivar, do nanico PSL, esteve ontem em Curitiba para lançar sua candidatura à Presidência da República. Encontrou-se com correligionários na Praça Santos Andrade e depois seguiu em caminhada pela Rua XV, acompanhado dos candidatos do PSL ao governo do Paraná e ao Senado, Antônio Roberto Forte e Sandra Borges.

Bivar, bacharel em Direito, é ex-deputado federal por Pernambuco (1999–2003) e empresário no setor de seguros. Pela declaração de bens feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele é o candidato mais rico, com patrimônio de R$ 8.775.519,14. Foi presidente do Sport Futebol Clube, de Recife, e defende mudanças na Lei Pelé, que em 2001 acabou com o vínculo entre atletas e clubes. Suas outras propostas são bastante polêmicas, como a criação do Imposto Único Federal, instalação de miniquartéis em favelas e pena de morte para crime de seqüestro seguido de morte.

Gazeta do Povo – Qual a expectativa do PSL ao lançar candidatura própria nessas eleições?

Luciano Bivar - Há uma maioria silenciosa de indecisos. As pessoas não têm convicção no candidato em que vão votar para presidente. E por que que não tem convicção? Porque a extorsão que o governo faz hoje do contribuinte é de tal ordem que ficamos todos indignados. Estamos propondo um novo projeto tributário, que vai tirar essa carga tão violenta do trabalhador brasileiro.

Como a proposta do Imposto Único ajudaria no desenvolvimento do Brasil?

Metade das empresas brasileiras estão na informalidade. Com o imposto único, elas passariam a ter identidade fiscal e passariam a pagar os impostos. O Imposto Único vai fazer com que todos sejam cidadãos, que é o que o brasileiro quer. Infelizmente, o governo empurra a população para a informalidade.

Mas a arrecadação de impostos não iria cair muito?

Isso já foi estudado no Projeto de Emenda Constitucional 474, que apresentei quando estava no Congresso. O projeto foi submetido a uma comissão especial, que o aprovou por unanimidade. Não estamos vendendo ilusão. Esse sistema tributário é possível, basta uma decisão política. Com ele, todos pagam e pagam menos, uma alíquota de 1,7%, contra os atuais 15%, 18%, 20%.

O sr. tem uma ligação forte com o esporte. Tem alguma proposta específica para essa área?

A vinculação do atleta com o clube precisa voltar. No momento em que a Lei Pelé chegou, ocorreu a evasão dos atletas para o exterior. Precisamos retomar esse processo e fazer com que os clubes tenham ganhos sobre a negociação dos atletas.

O sr. propõe a implementação de preços mínimos ao produtor, mas esse tipo de subsídio é viável em uma economia de mercado?

Não estamos falando de subsídio, mas de garantia de preço mínimo. O agricultor deve ficar longe das turbulências do mercado e ter a certeza de que sua safra será comprada. Se ele não encontrar isso no mercado, o governo será o responsável pela aquisição.

Por que o sr. propõe a construção de miniquartéis nas favelas?

Há favelas absolutamente inexpugnáveis, com a presença constante do traficante. Com um miniquartel na região, a comunidade vai ter certeza de que o dedo do Estado está ali. Diferente de hoje, quando a polícia entra, passa algumas horas e depois sai, permitindo que a máfia volte a imperar.

O PSL, como candidato pequeno, pode esbarrar na cláusula da barreira. O que o sr. acha dessa situação? (Pela cláusula, partidos que não obterem 5% dos votos na eleição para a Câmara, com pelo menos 2% dos votos totais em nove estados, não terão direito a funcionamento parlamentar).

A cláusula é importante, pois é preciso filtrar alguns partidos que não tem objetivos virtuosos. Mas é preciso uma nova formatação, para que essa cláusula de barreira não vire uma ditadura parlamentar, na qual no máximo seis partidos venham a tomar o poder.

O sr. não se sente distante do povo, já que pela sua declaração de bens ao TSE o sr. pode ser considerado um milionário?

Sou empresário segurador. Até acho um pouco demagógico falar que sou um candidato do povo. Mas o que quero expressar é que eu sou um candidato do contribuinte, aquele que todo dia tem que pagar seus impostos. E eu sei o quanto sofro para pagar impostos. O empresário é um trabalhador como outro qualquer. O que o Brasil precisa agora é um presidente gerente, não um presidente político.

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