Falta no Brasil uma política que crie ações permanentes de incentivo à leitura, capaz de fazer com que as bibliotecas não sejam vistas somente como espaços de pesquisa, mas também de lazer. Para o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autor de mais de 40 livros Ezequiel Theodoro da Silva, este tipo de assunto nem deveria mais ser discutido no século 21. "Alguns vizinhos nossos estão muito mais avançados nesta questão. Estive em Cuba e nunca vi tantas livrarias e sebos."
Silva afirma que a falta de preocupação com políticas ligadas à leitura tem relação com a desigualdade social no país. "Quando a gente lê se liberta, passa a entender o mundo, a compreendê-lo e a questioná-lo. Isso rompe com as relações de poder."
O produtor cultural e coordenador do programa Ligado na Cultura, da Secretaria Estadual de Cultura, Alberto Diniz, acredita que com a leitura o cidadão toma decisões mais conscientes porque descobre novos horizontes. Ele e sua equipe fazem um trabalho de conscientização nas comunidades onde são inauguradas as Bibliotecas Cidadãs por meio do teatro e contação de histórias. "As comunidades têm sua dinâmica e sua produção cultural. Mostramos que justamente a biblioteca deve ser ocupada para esses fins." (PC e PM)



