Viajantes brasileiros foram os mais barrados em aeroportos da Europa no primeiro trimestre de 2010, segundo dados divulgados pela Frontex - agência europeia de controle de fronteiras. Segundo o levantamento, 25.400 estrangeiros tiveram entrada rejeitada entre janeiro e março, sendo 1.842 brasileiros, o equivalente a 7,25% do total.
O volume de brasileiros barrados no início de 2010 é 6,3% maior de que no final de 2009. A quantidade de brasileiros só perde para o total de ucranianos barrados, que chega a 5 mil. Estes, porém, não são obrigados a tomar aviões - até andando podem tentar cruzar a fronteira de seu país com a UE, então não têm entrada negada em aeroportos.
O número total de imigrantes barrados nos três primeiros meses de 2010 é menor que o de trimestres anteriores, o que pode ser justificado pela crise econômica na zona do euro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, não perdem a oportunidade de declarar que Brasil e União Europeia (UE) são aliados. Mas, nas fronteiras, a realidade é diferente. Para os europeus, os brasileiros barrados não deram garantias de que voltariam ao País e eram suspeitos de tentar entrar de forma irregular. Muitos deportados, no entanto, têm versões diferentes.
Segundo a Frontex, os dados se justificam pela distância entre Brasil e Europa. Se africanos podem tentar entrar por barco e a cidadãos do leste europeu basta pegar um carro, os brasileiros precisam do avião. Mesmo assim, os vetos a brasileiros superam os de nigerianos, chineses e indianos.
Oficialmente, não é preciso visto para um brasileiro entrar na Europa. Mas, com políticas imigratórias cada vez mais restritas, a UE e seus 27 países vêm endurecendo os controles em fronteiras e aeroportos. No caso dos brasileiros, a instrução dada aos policiais aduaneiros é a de pedir provas de que têm dinheiro, hotel para ficar e, principalmente, passagem de volta.
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