Proposta quer substituir as visitas religiosas aos presos por sistemas fechados de áudio na forma de rádios ecumênicas.
Proposta quer substituir as visitas religiosas aos presos por sistemas fechados de áudio na forma de rádios ecumênicas.| Foto: Divulgação/Pastoral Carcaréria

Uma proposta do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) quer eliminar a presença de religiosos dentro de penitenciárias e presídios. A ideia é substituir as visitas religiosas aos presos por sistemas fechados de áudio na forma de rádios ecumênicas. Para o Depen, com o sistema “inexistiria a necessidade da entrada dos líderes religiosos nas áreas internas dos estabelecimentos, como ocorre hoje”. Em reação à proposta, a Pastoral Carcerária, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), iniciou a coleta de assinaturas para uma carta aberta rejeitando a proposição.

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Para a CNBB, a presença física dos representantes religiosos nos presídios “é fundamental para a efetivação dos dogmas estabelecidos em seus livros e rituais sagrados”. A iniciativa da Pastoral Carcerária foi apresentada nesta semana durante a reunião do Conselho Permanente da entidade.

Na carta, a pastoral sustenta que a proposta “ataca os direitos fundamentais da pessoa presa e fere o ordenamento jurídico”. Como justificativa, lembra a existência de uma série de legislações nacionais e internacionais que garantem o direito à assistência religiosa presencial dentro das prisões, como as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos e a própria Constituição Federal. “Não se pode vivenciar a religião no cárcere sem a presença física, sem o contato próximo e afetivo e sem o diálogo horizontal. Não se pode expressar qualquer religiosidade sem presença, sem corpo e sem alma”, ressalta o texto.