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Já está decidido o que o PSDB fará a respeito de Eduardo Azeredo, denunciado pelo procurador-geral da República como protagonista do valerioduto mineiro: nada. Ainda que Fernando Henrique Cardoso continue a pregar o contrário, os dois presidenciáveis do partido, José Serra e Aécio Neves, estão absolutamente unidos na disposição de segurar a onda do senador. Isso posto, os tucanos tratam de martelar um discurso de duas partes. A primeira consiste em dizer que "foi tudo culpa do Walfrido", um vice que – agora tornou-se conveniente revelar – mandava e desmandava no governo de Minas. A segunda, mais emotiva, lembra que Azeredo é um homem de hábitos tão simples que "coleciona tampinhas de garrafa". Ufa! Teve deputado tucano que chorou ao constatar que não estava entre os denunciados pelo procurador-geral.

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Falta a ponta – Mas quem acompanha o caso desde o início estranhou o fato de os beneficiários do desvio de recursos para a campanha de 1998, relacionados em lista do tesoureiro Claudio Mourão, não terem sido nem ao menos citados na peça, ainda seus crimes estejam prescritos.

Crônica de um... – A certa altura do último almoço de Guido Mantega com senadores tucanos antes do naufrágio do acordo pró-CPMF, o ministro da Fazenda levantou-se da mesa para falar ao telefone com Lula. Ao voltar, todo festivo, disse a Tasso Jereissati que este já podia "encomendar a caixa de vinho" para dar ao presidente.

... fiasco anunciado – A comemoração referia-se à promessa presidencial de atender a um pleito de Tasso: a siderúrgica no Ceará. Espectador dessa negociação bilateral, o líder da bancada do PSDB, Arthur Virgílio (AM), saiu do encontro direto para os microfones, diante dos quais detonou o acordo.

Instável – Antes de passar a coordenação política a José Múcio, Walfrido dos Mares Guia fez um balanço dos votos pró e contra a CPMF entre os senadores da base aliada. E incluiu Cristovam Buarque (PDT-DF) no rol dos que não inspiram segurança.

Esquerda, volver – Já o único representante do PSol, José Nery (PA), é visto pelo Planalto como voto passível de ser conquistado. A despeito das declarações incendiárias de Heloísa Helena contra o tributo, o senador confidenciou a colegas que gostaria de votar a favor.

Pedala! – De Lula para José Temporão, reclamando da demora na execução dos gastos da Saúde: "Para criar polêmica você é dez. Para empenhar verba, zero". O tom do presidente foi bem-humorado, mas, ainda assim, revelador de uma percepção crescente no governo: a de que o ministro tem um quê de Robinho.

O poço do Lula 1 – Em conversa com o governador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Lula riu dos tucanos que procuram diminuir a importância da descoberta da reserva gigante de petróleo no campo Tupi, alegando que se trata de um trabalho de 12 anos – iniciado, portanto, no governo Fernando Henrique.

O poço do Lula 2 – "Que nada! São 160 milhões de anos para formar o petróleo", disse o petista, que ainda tripudiou sobre os adversários: "Não tenho culpa de ter sorte".

No pé 1 – A associação dos funcionários do Ibama divulgou nota criticando o Instituto Chico Mendes, que procura imóvel de 9.600 m2 para alugar e ser a sede da autarquia.

No pé 2 – A associação diz que várias sedes do instituto nos estados estão em "estado lastimável", que o terreno do próprio Ibama tem 221 mil m2, dos quais só uma pequena parte está ocupada, e que os gastos com aluguel podem chegar a R$ 3,4 milhões anuais, dados os valores dos imóveis no Plano Piloto de Brasília.

TIROTEIO

* Do deputado CÂNDIDO VACCAREZZA (PT-SP) sobre o ex-presidente, que acusou indiretamente o sucessor de "desprezar a educação, a começar pela própria":

– A arrogância e o preconceito com Lula refletem certa inveja de FHC, que criou bem menos vagas em universidades do que este governo. Pior do que falar errado é fazer as coisas erradas.

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