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Brasília – O laudo elaborado pela Junta Médica da Câmara dos Deputados que avaliou o estado de saúde do deputado José Janene (PP-PR) pouco serviu para pôr fim ao impasse criado em torno do processo de cassação do parlamentar.

O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), afirmou que o processo contra o deputado José Janene (PP-PR) continuará. "Nós decidimos que vamos continuar trabalhando normalmente no caso Janene, vamos ouvir as cinco testemunhas arroladas pelo deputado e esperar para ver quando ele poderá depor", afirmou Izar, acrescentando que defende que uma nova junta médica vá acompanhando o estado de saúde do líder do PP.

Mas a relatora do processo contra Janene, deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), já afirmou que não tem como concluir seu relatório sem o depoimento do parlamentar no Conselho.

Janene é um dos 11 deputados que enfrenta processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho. O deputado teria recebido recursos chamados não-declarados do publicitário Marcos Valério.

Até o momento, o caso contra o líder do PP na Casa não avançou devido ao seu estado de saúde. Janene está licenciado do cargo por problemas cardíacos desde outubro de 2005 e deve submeter-se a total repouso, segundo seus médicos.

Em entrevista ontem, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou que só autorizará a aposentadoria do deputado José Janene (PP-PR) se tiver garantia de que ele não poderá disputar novas eleições.

No último dia 1.º, a Câmara decidiu enviar uma junta médica ao Paraná para avaliar o estado de saúde de Janene. O laudo, já concluído, confirma a cardiopatia grave e recomenda que o parlamentar evite situações de estresse.

Membros da Câmara não esconderam sua insatisfação com o documento produzido pela junta.

O primeiro vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), criticou o laudo, considerando-o sucinto. "O laudo não é suficiente, é bem sucinto, precisa ser mais detalhado", disse o pefelista.

Aldo encaminhou o parecer para o Conselho de Ética, mas, segundo Izar, a concessão ou não do pedido de aposentadoria não depende do Conselho e sim da Mesa Diretora que terá que tomar após uma decisão análise do laudo da junta médica da Casa. "O Conselho não tem que analisar o laudo. Isto não compete ao Conselho, compete somente à Mesa. Quem sabe depois de todas as testemunhas serem ouvidas e no final das investigações ele possa depor", disse Izar.

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