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Trânsito

Carros guinchados podem ser leiloados em Curitiba

Há cerca de 70 veículos no pátio de recolhimento há mais de 90 dias, o que torna possível a venda em leilão

Remoção de dois veículos ao mesmo tempo, na noite de segunda-feira, no Batel: trânsito ficou lento por cerca de 15 minutos. Gestor diz que, se transtorno for excessivo, operação é abortada | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Remoção de dois veículos ao mesmo tempo, na noite de segunda-feira, no Batel: trânsito ficou lento por cerca de 15 minutos. Gestor diz que, se transtorno for excessivo, operação é abortada (Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo)
Veja as respostas da Urbs para as dúvidas mais comuns sobre veículos guinchados |

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Veja as respostas da Urbs para as dúvidas mais comuns sobre veículos guinchados

A Urbanização de Curitiba S. A. (Urbs) estuda fazer o primeiro leilão com os veículos guinchados por estacionamento em local proibido e que estão há mais de 90 dias no pátio de recolhimento. Há 70 carros nessa situação, registrados desde o início do serviço de guincho, em 28 de setembro de 2009. De lá para cá, já foram removidos 3.314 veículos das ruas. A média diária está em 20 veículos nos dias úteis e 10 aos fins de semana.

O gestor de fiscalização de trânsito da Urbs, Adão José Lara Vieira, afirma que a maioria dos carros guinchados fica no pátio apenas um dia. O veículo é liberado após o pagamento de débitos, se houver, e das taxas do serviço de remoção, que variam conforme o tamanho e peso do veículo. As diárias no pátio va­­riam de R$ 14,76 a R$ 55,09 e o serviço de guincho custa entre R$ 36,70 e R$ 185,93.

O Código de Trânsito Bra­sileiro prevê que os veículos que estão há mais de 90 dias no pátio sejam leiloados. A Urbs está levantando quais irão a leilão, ainda sem data definida para ocorrer. O estudo irá apontar os valores e deverá ficar pronto no início de maio. "Dependendo do veículo, às vezes não compensa (ir a leilão)", diz Vieira. "A Dire­tran (Diretoria de Trânsito de Curitiba) não vai fazer leilão com poucos veículos. Ela tem de ter número suficiente para poder fazer o primeiro leilão."

Entre os 70 veículos que estão no pátio, a maioria está em bom estado de conservação, segundo o gestor. Não há carros roubados no pátio, conforme consulta da Diretran perante a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. "A grande maioria dos proprietários e condutores compra carros e não faz transferências. O veículo só pode ser retirado do pátio pelo proprietário. Se a pessoa não transferiu esse automóvel, ela não consegue tirá-lo", diz Vieira. Outro motivo é que os débitos pendentes ultrapassam o valor do carro.

Nova chance

Quando os procedimentos do leilão forem definidos, os proprietários serão novamente notificados e terão mais uma oportunidade de retirar o veículo. Vieira cita o caso de um veículo retirado passados 91 dias do recolhimento. Os valores dos débitos, das multas, dos custos de remoção e das diárias no pátio chegaram a R$ 3.134,42.

As quantias arrecadadas com o leilão serão destinadas à quitação dos débitos tributários desses veículos (licenciamento, seguro obrigatório, IPVA), multas de trânsito e despesas de remoção e de estada, nessa ordem.

Polêmica

A Urbs afirma que o serviço de guincho "veio para ficar". Passados sete meses do início do serviço, a ação ainda provoca insatisfação. O vendedor Luís Carlos Mianes e a esposa, Dinéia Brajão, ficaram revoltados quando o carro deles foi guinchado, na última segunda-feira à noite, no Batel. Dinéia tinha ido a uma consulta e se atrasou. Quando voltou do médico, viu o carro indo embora com o guincho, que não parou. "Dá vontade de fazer escândalo. Os agentes não querem nem saber", disse Dinéia. O jeito foi ir embora do Batel até o Bairro Alto, onde eles moram, de ônibus.

Coca Ferraz, professor de transporte e trânsito da Uni­versidade de São Paulo, afirma que a medida de guincho é correta. Ele aponta que um veículo estacionado em local proibido pode causar acidentes e prejudicar a fluidez do trânsito. "A le­­gislação prevê isso. Então a lei tem de ser obedecida por todos. Senão vira bagunça generalizada."

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