Arrecadação vai para a empresa
Os valores pagos pelo usuário ao serviço de guincho vão diretamente para a empresa Auto Socorro RemovCar, escolhida por meio de licitação. A quantia recebida depende de quantos carros são guinchados por estacionamento em local proibido e por quanto tempo eles ficam no pátio. O proprietário de um automóvel guinchado, por exemplo, paga R$ 86,47 pelo reboque e mais R$ 15,46 de diária.
Operação: Transtorno rápido
O serviço de remoção pelo guincho pode causar transtornos ao trânsito, dependendo da situação. Na última segunda-feira à noite, a reportagem acompanhou remoções e verificou que, dependendo da situação, o guincho pode ocupar uma faixa da via.
Na esquina da Rua Doutor Carlos de Carvalho com a Alameda Presidente Taunay, no Batel, por exemplo, dois guinchos foram acionados ao mesmo tempo para remover dois veículos estacionados irregularmente em uma calçada rebaixada. Um guincho bloqueou parte da Carlos de Carvalho e o outro ocupou uma faixa da Taunay. Não houve filas, mas o trânsito ficou lento por cerca de 15 minutos.
O gestor de fiscalização de trânsito da Urbs, Adão José Lara Vieira, confirma que a remoção depende da situação, mas que, quando o transtorno for demais, ela pode ser abortada. Vieira aponta que a remoção é feita não somente para trazer fluidez, mas visa também dar mais segurança ao trânsito. "Às vezes é melhor trazer transtorno por 15 minutos do que deixar o veículo na esquina e ter possibilidade de acidente", diz.
A Urbanização de Curitiba S. A. (Urbs) estuda fazer o primeiro leilão com os veículos guinchados por estacionamento em local proibido e que estão há mais de 90 dias no pátio de recolhimento. Há 70 carros nessa situação, registrados desde o início do serviço de guincho, em 28 de setembro de 2009. De lá para cá, já foram removidos 3.314 veículos das ruas. A média diária está em 20 veículos nos dias úteis e 10 aos fins de semana.
O gestor de fiscalização de trânsito da Urbs, Adão José Lara Vieira, afirma que a maioria dos carros guinchados fica no pátio apenas um dia. O veículo é liberado após o pagamento de débitos, se houver, e das taxas do serviço de remoção, que variam conforme o tamanho e peso do veículo. As diárias no pátio variam de R$ 14,76 a R$ 55,09 e o serviço de guincho custa entre R$ 36,70 e R$ 185,93.
O Código de Trânsito Brasileiro prevê que os veículos que estão há mais de 90 dias no pátio sejam leiloados. A Urbs está levantando quais irão a leilão, ainda sem data definida para ocorrer. O estudo irá apontar os valores e deverá ficar pronto no início de maio. "Dependendo do veículo, às vezes não compensa (ir a leilão)", diz Vieira. "A Diretran (Diretoria de Trânsito de Curitiba) não vai fazer leilão com poucos veículos. Ela tem de ter número suficiente para poder fazer o primeiro leilão."
Entre os 70 veículos que estão no pátio, a maioria está em bom estado de conservação, segundo o gestor. Não há carros roubados no pátio, conforme consulta da Diretran perante a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. "A grande maioria dos proprietários e condutores compra carros e não faz transferências. O veículo só pode ser retirado do pátio pelo proprietário. Se a pessoa não transferiu esse automóvel, ela não consegue tirá-lo", diz Vieira. Outro motivo é que os débitos pendentes ultrapassam o valor do carro.
Nova chance
Quando os procedimentos do leilão forem definidos, os proprietários serão novamente notificados e terão mais uma oportunidade de retirar o veículo. Vieira cita o caso de um veículo retirado passados 91 dias do recolhimento. Os valores dos débitos, das multas, dos custos de remoção e das diárias no pátio chegaram a R$ 3.134,42.
As quantias arrecadadas com o leilão serão destinadas à quitação dos débitos tributários desses veículos (licenciamento, seguro obrigatório, IPVA), multas de trânsito e despesas de remoção e de estada, nessa ordem.
Polêmica
A Urbs afirma que o serviço de guincho "veio para ficar". Passados sete meses do início do serviço, a ação ainda provoca insatisfação. O vendedor Luís Carlos Mianes e a esposa, Dinéia Brajão, ficaram revoltados quando o carro deles foi guinchado, na última segunda-feira à noite, no Batel. Dinéia tinha ido a uma consulta e se atrasou. Quando voltou do médico, viu o carro indo embora com o guincho, que não parou. "Dá vontade de fazer escândalo. Os agentes não querem nem saber", disse Dinéia. O jeito foi ir embora do Batel até o Bairro Alto, onde eles moram, de ônibus.
Coca Ferraz, professor de transporte e trânsito da Universidade de São Paulo, afirma que a medida de guincho é correta. Ele aponta que um veículo estacionado em local proibido pode causar acidentes e prejudicar a fluidez do trânsito. "A legislação prevê isso. Então a lei tem de ser obedecida por todos. Senão vira bagunça generalizada."
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