• Carregando...
Juntos há sete anos, Paulo Félix e Ximene Maricel casaram-se aos 21 e 22 anos para constituir família | Marcos Labanca / Gazeta do Povo
Juntos há sete anos, Paulo Félix e Ximene Maricel casaram-se aos 21 e 22 anos para constituir família| Foto: Marcos Labanca / Gazeta do Povo

Pesquisa

O que é a PNAD?

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) é realizada todos os anos pelo IBGE e, por meio das informações coletadas junto à população, traça um perfil do país em vários setores, como habitação, concentração de renda, trabalho, educação e demografia. O primeiro levantamento foi realizado em 1967 e trouxe dados apenas do Rio de Janeiro. Hoje, abrange todo o país.

Além de compor a Síntese de Indicadores Sociais publicada pelo instituto anualmente, os dados ajudam a estimar com maior precisão o tamanho da população brasileira, nos intervalos do Censo Demográfico, realizado a cada 10 anos.

  • Confira: pesquisa revela que a maioria dos brasileiros com mais de 15 anos são casados

A população brasileira é casada, está mais velha, mas também tem mais filhos do que há sete anos. Os dados estão na Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD) de 2009, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela primeira vez, o estudo que analisa dados gerais sobre educação, trabalho, renda familiar, habitação, migração, fecundidade, saúde e segurança alimentar, traçou o perfil da família brasileira incluindo dados do estado civil.A maior parte dos brasileiros com mais de 15 anos é casada, seja de papel passado ou não. A maioria está concentrada nas Regiões Sul e Sudeste. Em números absolutos, são 10 milhões de pessoas casadas somente na Região Sul. Os solteiros são maioria nos estados do Norte, do Nordeste e Centro-Oeste do país.

De acordo com o levantamento que avaliou as declarações de 399.387 pessoas recolhidas em 153.837 domicílios, os casados somavam no ano passado 45,8% dos brasileiros, enquanto os solteiros representavam 42,8%. Na comparação por sexo, a população masculina de comprometidos é em geral maior que a feminina. Essa condição se acentua quando a análise é feita por faixa etária. Enquanto as mulheres casadas são maioria entre 15 e 34 anos, a partir dos 35 anos a proporção de homens casados prevalece.

Já entre os que se declararam divorciados, desquitados ou separados judicialmente, a parcela masculina dos entrevistados é menor do que a feminina em todos os grupos de idade, exceto entre as mulheres com 70 anos ou mais. Entre os viúvos, a maior expectativa de vida das mulheres faz com que elas sejam em número até quatro vezes maior do que os homens na faixa etária de 65 a 69 anos, volume ainda cerca de três vezes maior entre os que têm mais de 70 anos.

Viúva há nove anos, Iolanda Bertoldi, 68 anos, conta que não é a única entre as amigas. "Tenho pelo menos outras cinco conhecidas que perderam os maridos, quase todos por problemas de saúde." A decisão de casar veio cedo, quando ainda tinha 18 anos. "Desde criança, não me via em outra situação que não fosse casada", lembra. O desejo de constituir família também sempre esteve nos planos de vida do assessor em Comércio Exterior Paulo Félix, e da esposa, a microempresária Ximene Maricel. Casados há sete anos, se dizem satisfeitos com a escolha que fizeram quando ainda tinham 21 e 22 anos.

Como explica a terapeuta familiar Lúcia de Lacerda Gomes, a vida a dois é uma característica do ser humano, mas que também vem mudando nos últimos anos, influenciada principalmente pela mudança do comportamento das mulheres em casa e no mercado de trabalho. "O casamento ainda é um caminho natural. O que muda é a duração e a idade com que as pessoas estão se casando. Isso, sem falarmos nos novos arranjos familiares, como as uniões homossexuais", ressalta ao observar que a maior independência feminina tem contribuído muito para o novo perfil das famílias, em especial quanto ao número de filhos e quando tê-los.

Filhos e velhice

Essa mudança também pode ser comprovada com os dados da pesquisa. Após sete anos de queda consecutiva, a proporção de filhos por família voltou a crescer no ano passado. O índice de fecundidade subiu de 1,89 filhos por família para 1,94, de 2008 para 2009. Ao se analisar a série histórica estabelecida pelo IBGE, a média de filhos por família era de 2,33 em 2001, taxa que foi reduzida sucessivamente nos anos seguintes, chegando a 1,95 filhos, em 2007.

Ao mesmo tempo, nota-se que o brasileiro continua envelhecendo. Numa população estimada em 191,8 milhões de pessoas no ano passado, na faixa etária de 0 a 24 anos houve redução de 642 mil pessoas de 2008 para 2009, enquanto na faixa etária de 25 a 59 anos o aumento no contingente foi de 1,8 milhão pessoas. Já na população de 60 anos ou mais, o acréscimo foi de 697 mil (3,3%). Essa parcela da população já soma 21,7 milhões de pessoas, o equivalente a 11,3% do total. Em 2004, era de 9,7%.

Casa está menor e sob comando feminino

O brasileiro está preferindo morar em casas com menos pessoas. Os dados da PNAD 2009 mostram que, em seis anos, caiu em 23% o número de residências brasileiras com cinco ou mais moradores, enquanto cresceu o porcentual de casas com uma, duas ou no máximo três pessoas. De 2004 a 2009, o número de domicílios com apenas um morador passou de 10,5% para 12%, o que significa que cerca de sete milhões de brasileiros vivem sozinhos em todo o país.

Em relação ao "comando da casa", as mulheres são maioria entre os chefes de família em 19 dos 27 estados brasileiros e estão à frente de quase 22 milhões dos 58,6 milhões de domicílios contabilizados no ano passado.

Embora a casa própria seja maioria no total de domicílios no país, o ritmo de crescimento do aluguel de residência foi mais forte do que o avanço no de domicílios próprios de 2008 para 2009.

Em um universo estimado de 58,5 milhões de unidades domiciliares, foram registrados 43,136 milhões de domicílios próprios em 2009, em torno de 73,6% do total. Mas o volume representa um acréscimo de apenas 0,6% contra o apurado em 2008. No entanto, ao se investigar o número de domicílios alugados, este foi de 9,952 milhões no ano passado, cerca de 17% do total, mas 4,3% superior ao registrado em 2008.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]