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O número de casos de dengue no Distrito Federal disparou. Este ano foram registrados 1.169 casos suspeitos da doença, o que representa um aumento de 304,5% em relação ao contabilizado no mesmo período de 2009. A diferença fica ainda maior quando são analisados os casos da doença comprovadamente contraídos no DF, os chamados autóctones. Até ontem, haviam sido contabilizadas 236 contaminações por dengue dentro do DF, 844% a mais do que no ano passado, quando foram confirmados 25 casos. Técnicos investigam ainda a morte de um paciente, que pode ter sido provocada pela doença

Diante desses números, uma reunião às pressas foi marcada para a próxima quinta, para formar uma força-tarefa de combate à doença. A ideia é criar mutirões para limpeza de focos domiciliares e para retirada de lixo das áreas mais afetadas: bairros que concentram população mais pobre da capital.

A ação dos agentes terá de ser feita em meio a uma crise política sem precedentes, que culminou com a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM). "Como a crise afeta principalmente o primeiro e segundo escalão, acreditamos que as ações de emergência não serão prejudicadas", afirmou o assessor da subsecretaria de Vigilância em Saúde do DF Ailton Dominicio.

Para reforçar o trabalho de emergência, foram requisitados 200 homens do Exército. Eles devem trabalhar nas ações de combate aos focos dos mosquitos nas regiões mais afetadas. Também será solicitado ao Ministério da Saúde um reforço de veículos para fazer o fumacê, usado para matar Aedes aegypti (o mosquito transmissor da doença) adultos. Larvicidas também deverão ser colocados em poços e recipientes de água, usado por moradores de áreas onde não há abastecimento regular.

Estados preocupantes

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Evelim Coelho, afirmou que outras regiões do País preocupam pelo aumento do número de casos da doença: Acre, Rondônia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. "A média registrada nessas áreas é de quase 300 casos por 100 mil habitantes", informou.

Coelho diz que não há como atribuir esse aumento a uma causa específica. "Vários fatores interferem: nível de organização dos serviços, coleta adequada de lixo, incidência das chuvas."

Apesar do aumento de casos nessas regiões, Coelho avalia que a tendência da epidemia, até agora, é de se instalar em áreas onde há menor concentração populacional. "O fato de não haver números preocupantes em metrópoles, dá um pouco mais de tranquilidade", afirmou, citando Rio, Salvador e Fortaleza. Ele observa, no entanto, que essa situação pode mudar depois do carnaval. "É um período em que há grande movimentação de pessoas. Isso pode alterar a tendência da doença. Mas só vamos saber depois que o feriado passar.

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