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Vigilante monitora Shopping São José: empresa diz que morte de jovem foi caso isolado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Vigilante monitora Shopping São José: empresa diz que morte de jovem foi caso isolado| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Defesa

Veja como os 196 shoppings brasileiros pesquisados se protegem, segundo Associação Brasileira dos Shoppings Centers.

76% contam com grade, cerca ou barreira física no perímetro.

93% contam com central de segurança com comando 24 horas.

33 % têm linha direta com a polícia.

82% têm política de segurança especial para joalherias, bancos e lotéricas.

68% têm política de horários para transporte de valores.

Maringá - O ambiente fechado e a vigilância das câmeras dão aos shoppings do país a imagem de redutos de segurança. Mas ações violentas registradas nos últimos 15 dias – casos isolados, segundo os administradores – colocam em dis­­­cussão a tranquilidade dos centros comerciais e o despreparo dos vigilantes para lidar com situações extremas.

No fim de semana passado, um segurança foi baleado no rosto ao reagir a um assalto em um shopping de Londrina. Em Maringá, uma confusão iniciada na praça de alimentação terminou com briga e disparos na rua. Há duas semanas, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, um jovem foi baleado na porta do shopping e morreu dentro do estabelecimento.

As ocorrências preocupam os lojistas ainda mais quando se leva em conta que a sensação de segurança nos shoppings é o segundo fator que mais atrai os consumidores. Segundo pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 66% dos clientes entrevistados em 196 centros do país citaram a sensação de segurança como vantagem determinante, ficando atrás apenas da comodidade em se ter várias opções no mesmo local.

Segundo especialistas do setor, os investimentos em tecnologias de segurança estão a contento. A maioria dos estabelecimentos adota o que há de mais moderno em monitoramento. O problema, segundo fontes do setor, estaria no preparo dos vigilantes. De acordo com levantamento feito em 2009, seguranças de shoppings recebem apenas 1,19 hora de treinamento por ano, em média.

Para Fred Andrade, consultor de treinamento em segurança da F.A. Master, o preparo é insuficiente. "Exige-se dos vigilantes apenas o curso de formação, com duração média de 15 dias e que não aborda a temática de shopping centers. Aqueles que conhecem algo aprenderam um pouco pela experiência do dia a dia", disse. Para ele, faltam basicamente aos seguranças conhecimentos táticos e jurídicos, justamente porque não foram ensinados.

Nos incidentes de Londrina e Maringá, os vigilantes tiveram papel central nas confusões. O segurança de um supermercado – que fica junto a um shopping de Londrina – foi atingido na boca por um tiro, após reagir a um assalto. Na confusão em Maringá, que começou na praça de alimentação e acabou em tiroteio e pancadaria na rua, um dos disparos acertou de raspão o co­­­le­­­te do segurança, que não ficou ferido por pouco, de acordo com a Polícia Militar.

Andrade reitera que situações como essa poderiam ter sido evitadas, mas os vigilantes não sabem se portar frente a situações extremas. "A grande maioria não sabe atuar. Em termos táticos atuam erradamente, correndo para as ocorrências, sem sequer avaliar a situação com que se defrontam. A maioria julga que possui o poder de polícia, cometendo uma série de erros e transformando-se em réus de processos criminais", diz. Ele lembra que alguns shoppings já foram condenados por abusos. Os vigilantes não podem trabalhar armados, mas 6% deles em todo o país descumprem a regra.

Fato isolado

Os administradores dos shoppings alegam que as ocorrências recentes foram isoladas. Segun­­do o diretor do shopping Avenida Center de Maringá, Antonio Carlos Braga, a confusão se agravou depois que os brigões foram expulsos do estabelecimento. "Quatro jovens estavam espancando um rapaz na calçada. Quando os seguranças intervieram, eles atravessaram a rua e continuaram brigando. Nesse momento foram ouvidos os tiros", diz.

Já o superintendente do Shopping São José, em São José dos Pinhais, Jose Alcir Gruber, lembrou que em dois anos de empreendimento, esse foi o único caso grave registrado, e mesmo nessa ocasião, o crime ocorreu na área externa. No fim de julho, Roberson Siqueira, de 24 anos, levou dois tiros na cabeça quando saía do estabelecimento. A vítima ainda conseguiu voltar ao shopping para pedir socorro, mas morreu no local.

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