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O interior da Catedral ganhou mais brilho com a recuperação da pintura feita pelos italianos Anacleto e Carlos Garbaccio nos anos 40 | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
O interior da Catedral ganhou mais brilho com a recuperação da pintura feita pelos italianos Anacleto e Carlos Garbaccio nos anos 40| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Serviço

A reinauguração da Catedral abre os festejos em honra a Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, padroeira de Curitiba. Entre quinta-feira e domingo, haverá missas, shows e apresentações de dança no Largo da Ordem. Confira:

Amanhã

- 19 horas – Ato solene em frente da Catedral, com descerramento da placa de reinauguração. Em seguida, será celebrada a missa solene com dedicação do novo altar.

- 21 horas – Show pirotécnico.

- 21h30 – Show com o padre Reginaldo Manzotti.

Sexta-feira (dia 7)

- 14 horas – Abertura da Festa da Luz com padre Cléberson Evangelista e padre Alex Cordeiro.

- 17h50 – Apresentação de teatro (Comunidade Shalom).

- 22h30 – Show de Dunga, da Comunidade Canção Nova (Cachoeira Paulista – SP).

Sábado (dia 8)

- 8h30 – Missa solene.

- 17 horas – Procissão luminosa de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, saindo da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe até a Catedral.

- 19 horas – Show com a banda Lefigaroo.

Domingo (dia 9)

- 10 horas – Missa e bênção das famílias.

- 15h30 – Apresentação do grupo musical Siricutico.

- 17h30 – Show da banda Big Time Orquestra.

História secular

A Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais foi construída entre 1876 e 1893. O projeto, de estilo gótico, é do francês Alphonse Conde des Plas. Até 1879, a maior parte da mão de obra empregada na construção foi de brasileiros de origem portuguesa e escravos. Depois, imigrantes, principalmente alemães, deram sua contribuição.

  • As paredes em torno do altar do santíssimo sacramento, do lado esquerdo do altar-mor, foram as que demandaram mais tempo dos restauradores. Para surpresa de operários e membros da Igreja, a pintura que estava debaixo de muitas camadas de tinta era mais bonita do que se imaginava
  • As tribunas devem ser acessadas por escadas próprias para não interferir no coro, onde está abrigado o órgão. Inicialmente existia uma escada que saía do topo da torre do lado esquerdo até o chão, que foi interrompida no meio do caminho para a construção do batistério, capela onde se celebram os batismos. Agora, a pia batismal ficará fora da capela, que voltou a ser escada que dá acesso à tribuna
  • A partir da reinauguração da catedral, não será mais permitido acender velas em seu interior para que a fuligem não estrague as pinturas. Em somente dois espaços será possível manifestar a fé dessa maneira: nos altares de Nossa Senhora Aparecida e Divino Pai Eterno, ambos localizados na entrada da igreja, um de cada lado da porta. Nesses lugares não há pinturas e a arquitetura do local funciona como uma espécie de chaminé
  • No teto da nave da catedral havia um lanternin, uma espécie de cúpula feita em vidro, que estava fechada. Depois da reforma, esse espaço foi revitalizado e servirá como ponto de entrada de luz solar. À noite, uma lâmpada instalada no local permitirá que a igreja seja localizada por quem vê a cidade do alto
  • Durante as obras, que mexeram no piso da catedral, foi encontrado um poço que estava escondido próximo ao altar. Ele foi coberto com vidro para permitir que fiéis e turistas vejam seu interior
  • Restauro resolveu problemas de infiltração e recuperou vitrais
  • Pintura nova do lado externo: reinauguração será amanhã

Os tapumes que cercavam a Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais foram retirados ontem, marcando o fim da primeira etapa de reforma e restauração de um dos principais cartões-postais de Curitiba. Depois de 21 meses de obras, a igreja instalada há mais de 100 anos na Praça Tiradentes está de aparência renovada, com cores, luz e som novos em folha. A reinauguração será amanhã, às 19 horas.

>> Imagens: veja mais fotos da reforma da Catedral Basílica

>> Vídeo: assista a entrevista com a arquiteta Giceli Portela, responsável pela restauração da Catedral

Entre o que foi restaurado, como a pintura das paredes e os vitrais, e o que foi modificado, como os sistemas de som e iluminação, foram gastos mais de R$ 4 milhões. Ao final da segunda fase, com a reforma do prédio anexo, que deverá começar na semana que vem e terminar em dezembro, o custo total será de R$ 5 milhões.

O dinheiro veio de incentivos da prefeitura de Curitiba, por meio da venda de potencial construtivo (mesmo processo que garantiu recursos para a reforma da Arena da Baixada), e de doações de fiéis através da conta da Associação dos Amigos da Catedral. "A prefeitura garantiu o necessário para restaurar o patrimônio, mas não podia incluir o mobiliário, o som e as cordas de isolamento, por exemplo. Esse dinheiro veio das doações", explica o cônego Genivaldo Ximendes da Silva, pároco da Catedral.

A arquiteta Giceli Portela, responsável pela restauração, diz que as obras começaram em janeiro de 2011, mas que os trabalhos em torno da reforma começaram um ano antes. "Fizemos um estudo bem completo para saber cada problema, que nós chamamos de ‘patologia’, para ser tratado. No final foi um trabalho muito grande porque mexemos em cada cantinho da igreja."

E o resultado é visível assim que se entra no corredor central. Com cores vivas nas paredes é possível perceber cada detalhe da pintura dos irmãos italianos Anacleto e Carlos Garbaccio, feita na década de 40. Embora não seja a primeira pintura feita na Catedral, a comissão de reforma decidiu restaurar esses desenhos, que correspondem à segunda camada de tinta.

"As pinturas receberam um tratamento para ficarem coerentes com a época dos irmãos Garbaccio, que já eram 80% da igreja. Somente a capela do santíssimo e do presbitério haviam sido reformadas e tinham outras pinturas por cima. Então todas elas fazem parte de uma mesma época, que é entre os anos 40 e 50", explica Giceli. Na capela do santíssimo, por exemplo, ela conta que o trabalho minucioso durou todo o período de obras porque, em muitas partes, as camadas de tinta foram retiradas com um bisturi.

Curiosidades

Uma das maiores necessidades da Catedral era tratar as infiltrações e reformar o telhado. O cônego Genivaldo conta que uma das surpresas durante as obras foi descobrir o estado do telhado. Feita de cobre, a cobertura da nave da igreja estava em sua cor original, e o normal seria que, com o tempo, ficasse esverdeada, no processo chamado de zinabre ou azinhavre.

Outra descoberta foi um poço sob o piso do altar, que recebeu uma cobertura de vidro para que fiéis e turistas possam ver. Giceli conta que, antigamente, havia uma escada que vinha da torre até o chão e, em determinado momento da história, ela foi cortada para dar lugar à capela do batistério, onde são feitos os batismos.

Um presente para Nossa Senhora da Luz

Os valores religioso e histórico da Catedral por si só justificam todo o cuidado e planejamento empreendidos no restauro, afirma o arcebispo metropolitano de Curitiba, dom Moacyr José Vitti. "Ela tem muito significado para todas as igrejas da Arquidiocese e também para a cidade, já que é um cartão de visitas." Dom Moacyr diz que a edificação estava precisando muito dessa reforma, do telhado ao chão, por dentro e por fora, e que agora irá acolher melhor os fiéis e turistas que passarem pelo local. "Fico muito feliz por ter acontecido no período em que estou como arcebispo, é uma sensação extraordinária. E vai ficar também como marco da minha passagem pela Arquidiocese de Curitiba", afirma.

Sobre a cerimônia de dedicação do altar que ocorre amanhã, dom Moacyr explica que este será o momento de oferecer a Deus o espaço renovado, sobretudo o altar, considerado o coração da igreja. "É um momento raro e muito bonito e fizemos questão de fazer a dedicação no Dia de Nossa Senhora da Luz, nossa padroeira. É um presente a ela. E escolhemos o dia 6 de setembro porque é a data do aniversário da primeira dedicação da Catedral, assim coincidem os dias solenes", explica.

Catedral Basílica

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Vida e Cidadania | 2:34

Depois de uma ampla reforma, que durou um ano e nove meses, símbolo turístico e de fé será entregue à população curitibana. A Gazeta do Povo traz em primeira mão o resultado do trabalho de restauradores, pedreiros e eletricistas.

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