Ponta Grossa - Remédios vencidos, condições precárias de higiene, falta de locais apropriados para triagem de medicamentos e até fezes de rato encontradas em meio ao estoque. A condição da Central de Medicamentos de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, levou a Vigilância Sanitária Estadual a interditar o imóvel ontem, a pedido do Ministério Público. O serviço fornece remédios para postos de saúde e hospitais de Ponta Grossa, porém, segundo a prefeitura, não há risco de desabastecimento.
Na próxima quinta-feira, a prefeitura e o Ministério Público irão assinar um termo de ajustamento de conduta. O diretor de Gestão em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Edson Alves, disse que na ocasião irá apresentar o projeto do novo imóvel que irá receber os medicamentos provisoriamente. Não houve multa à prefeitura.
Com a interdição, nenhuma caixa de remédio pode entrar nem sair da Central. O fornecimento de medicamentos à rede pública acontece uma vez por semana e, segundo Alves, a transferência para um novo espaço físico pode demorar 15 dias. A prefeitura ainda estuda onde serão guardados os novos lotes que estão sendo comprados. O promotor Fuad Faraj estabeleceu como prioridade que nenhum posto de saúde fique sem receber medicamentos no período de interdição do serviço. "Acima de tudo, é importante que os remédios cheguem com garantia de qualidade ao usuário", disse.
As vigilâncias sanitárias municipais são responsáveis pelas vistorias nas centrais de medicamentos de cada cidade. Como a fiscalização da Vigilância Municipal de Ponta Grossa não havia levantando irregularidades e o Ministério Público tinha denúncias do mau funcionamento, foi aberta uma investigação ainda em novembro, que culminou numa inspeção da Vigilância Sanitária Estadual.
Desde o ano passado, o Conselho Federal de Farmácia do Paraná realiza inspeções em centrais de medicamentos para descobrir irregularidades, principalmente que possam oferecer riscos aos farmacêuticos.
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