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O principal articulador da fraude previdenciária desarticulada pela Operação Ghost da Polícia Federal, nesta terça-feira (8), usava suas quatro namoradas para ampliar o esquema de pagamentos ilegais de pensões. Na casa delas, os agentes apreenderam boa parte de documentos falsos usados pela quadrilha. Uma inspetora da Polícia Civil, que está entre os 12 presos, contribuía orientando o grupo para não chamar a atenção da polícia.

A inspetora, segundo a polícia, era namorada de um dos sócios da Funerária Araruama Ltda., na Região dos Lagos, que funcionava como base da organização. O sócio, identificado como Silvio, está foragido. O outro proprietário do estabelecimento era Paulo que, além das namoradas, contava com a ajuda de cinco servidores da Previdência Social e uma estagiária.

"Eles eram responsáveis por inserir dados falsos no sistema do INSS e eram lenientes na comprovação de autenticidade dos documentos apresentados para requerer benefícios", afirmou o delegado Alex Bersan, da delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários (Deleprev).

Segundo as investigações, as namoradas de Paulo e a mãe de uma delas eram encarregadas de guardar os documentos falsos. Um funcionário do Banco do Brasil, outro da Caixa Econômica Federal e um servidor da prefeitura de Araruama recebiam propinas para ajudar a quadrilha a ocultar as fraudes.

Rombo de R$ 1 milhão

O ponto de partida da investigação surgiu quando ao analisar documentos de uma outra operação, também de combate à fraude na Previdência, os policiais perceberam que dezenas de benefícios eram destinados ao endereço da funerária ou da residência do proprietário do estabelecimento.

De acordo com o delegado Alex Bersan, os prejuízos aos cofres da Previdência Social podem ultrapassar R$ 1 milhão.

A operação começou após seis meses de investigação. A Deleprev recebeu o apoio da Assessoria de Pesquisa Estratégica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo as primeiras informações, o grupo atuava desde o final da década de 1990, mas a maioria dos saques teria acontecido a partir de 2007.

Segundo a Polícia Federal, a investigação indicou supostas ilegalidades no requerimento, na concessão e no saque de benefícios assistenciais e previdenciários, principalmente pensões por morte, por intermediários e servidores da Previdência Social, utilizando, a princípio, dados de pessoas falecidas ou inexistentes.

Foram expedidos treze mandados de prisão temporária, além de 24 mandados de busca e apreensão pela prática dos crimes de estelionato, inserção de dados falsos em sistemas de informação e formação de quadrilha. Cerca de cem policiais participam da operação. Eles cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão na Região dos Lagos, e em bairros no subúrbio do Rio.

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