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Transtorno

Chuva arranca asfalto e cria cratera em rua de Londrina

Há 15 dias, moradores da Rua Alcides Lisse, na zona norte de Londrina, têm dificuldades para se locomoverem em razão da destruição provocada pela enxurrada

Valdinéia: buraco tomou conta da pista e impede a circulação de carros | Roberto Custódio/JL
Valdinéia: buraco tomou conta da pista e impede a circulação de carros (Foto: Roberto Custódio/JL)

A Rua Alcides Lisse, Jardim Paracatu, zona norte, deveria ter tudo para ser uma via comum de bairro - crianças brincando, cachorros sonolentos no meio da pista e moradores entrando e saindo das casas normalmente.

No entanto, há pelo menos um mês, a falta de infraestrutura desmotiva os moradores: um rasgo de asfalto quebrado, terra e entulho por mais de 200 metros, aberto pela torrente de água das chuvas de setembro.

A moradora Valdinéia Martins entrou em um financiamento e foi aprovada para se tornar mais uma proprietária de carro em Londrina. No entanto, teve que desistir: o temporal de 22 de setembro piorou o que já estava crítico e levou boa parte do asfalto da rua ladeira abaixo. Agora, na porta de casa, ao abrir o portão, vê diariamente um buraco de quase 2 metros. Há mais de um mês, de diferente, só a rua interditada por manilhas da Prefeitura. "Eu ia comprar um carro, mas desanimei. Não teria nem como sair da garagem de casa com ele", lamenta.

A conta do problema fica mais com o marido, carpinteiro, que continua a amargar horas perdidas em um trajeto da zona norte à zona sul de ônibus. Sem carro, para ir e voltar do trabalho leva quase quatro horas diárias dentro de coletivos.

Na tempestade, metade dos 4 mil tijolos comprados pelo casal, armazenados na calçada para uma reforma na residência, desceram rua abaixo e foram perdidos. O "milheiro" teve como destino o Ribeirão Jacutinga, no fundo do vale. "Nem tive o que fazer quando vi os tijolos no meio da rua indo embora com a enxurrada", conta. Agora, a moradora já se atormenta com as consequências da ruína do asfalto para a estabilidade da própria casa: "Está chegando perto do nosso muro".

O vigilante Lúcio Aparecido Borges Reis teve que improvisar e reconstruir a entrada da casa para que a filha, de 23 anos, com graves problemas de locomoção e saúde, consiga receber o atendimento médico de equipes do Programa Saúde da Família (PSF). "Três vezes por semana os médicos precisam entrar em casa com equipamentos de oxigênio e materiais pesados para o tratamento dela. Mas a situação está cada vez pior. Temo que em breve eles não consigam mais vir aqui", preocupa-se Reis. Segundo o morador, até uma Kombi foi arrastada na chuva. "Os bueiros não dão conta da água porque a rua concentra a chuva de vários locais, até da Avenida Saul Elkind vem para cá. E vem tudo por cima da pista, formando um rio que leva inclusive quem estiver na calçada", garante o vigilante.

Procurado, o secretário de Obras de Londrina, Sandro Nóbrega, alegou que, por estar fora da cidade, nada poderia falar sobre o caso.

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