A tragédia provocada pelas chuvas que atingiram Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, há uma semana, revelaram histórias de dor, mas também de coragem e solidariedade. Pelo menos quatro das 33 vítimas morreram quando tentavam salvar a vida de moradores de áreas de risco.
Dois desses heróis eram os agentes da Defesa Civil Municipal de Petrópolis Paulo Roberto Filgueiras, 37 anos, e Fernando Fernandes Lima, 44, que convenciam famílias a deixarem suas casas na Favela Boca do Mato, no Quitandinha, quando foram soterrados. "Somos treinados a seguir até um determinado limite. Eles foram além. Tiveram atitude de heróis", diz o comandante da Defesa Civil de Petrópolis, tenente-coronel Rafael Simão, em relação à atitude de Paulo Roberto e Fernando.
Próximo de Paulo e Fernando estava o jardineiro Nilton Pereira Fonseca, 47 anos, que morava na comunidade e tinha o hábito ajudar equipes de resgate quando ocorriam deslizamentos na região. Na mesma comunidade, o morador Paulo Roberto Alves Freitas, 42 anos, salvou a mãe Ilceli Freitas, de 65 anos, minutos antes de ser tragado pela lama quando ajudava a resgatar outras pessoas. Os quatro deram a própria vida para salvar o próximo.
EfeitosChuva forte transborda Rio Quitandinha
A chuva forte da última sexta-feira, em Petrópolis, novamente obrigou a Defesa Civil municipal a acionar as 18 sirenes de alerta para deslizamentos no município. O Rio Quitandinha transbordou e algumas residências e lojas comerciais foram inundadas, na Rua Coronel Veiga, a principal via na entrada da cidade. Os quatro rios de Petrópolis: Quitandinha, Piabanha, Santo Antônio e Paltinado estão em estágio de alerta, pela possibilidade de chuva moderada na região. Não houve registro de deslizamentos na parte alta junto às encostas.
