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tragédia

Ciclovia tinha rachaduras seis meses antes da inauguração

Relatório informa que correção foi solicitada, mas não houve resposta da construtora

Trecho da Ciclovia Tim Maia desabou após ser atingido por fortes ondas na quinta-feira. | Fernando Frazão/Agência Brasil
Trecho da Ciclovia Tim Maia desabou após ser atingido por fortes ondas na quinta-feira. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O Tribunal de Contas do Município do Rio constatou a presença de rachaduras e depressões no piso da Ciclovia Tim Maia seis meses antes de sua inauguração. Um trecho da ciclovia que liga as orlas do Leblon e São Conrado desabou na última quinta-feira (21), resultando na morte de duas pessoas. Há a suspeita de que outras três pessoas passavam pelo local no momento da queda. Bombeiros continuam a busca por possíveis desaparecidos.

De acordo com documentos arquivados no site do TCM, a rachadura foi verificada em uma visita à obra ocorrida em julho. Um trecho de pelo menos 30 metros colapsou após o impacto com uma onda causada por ressaca, três meses após sua inauguração.

Segundo relatório produzido pela 2ª Inspetoria Geral de Controle Externo, havia depressões, trincas e falhas de acabamento em um dos pontos da ciclovia, próximo ao mirante do Leblon. As trincas foram verificadas junto a tampas de bueiros feitas de ferro fundido.

O TCM fez um total de cinco visitas à obra. As rachaduras foram observadas na penúltima verificação. O quinto e último relatório, publicado em outubro, registra que foi solicitada a correção das trincas, mas o questionamento não teve resposta.

Mão de obra

O tribunal acompanha a evolução das obras e pede modificações quando necessário. Os relatórios apontam ainda discrepâncias entre a quantidade de funcionários que a empresa diz usar e o que efetivamente foi encontrado no canteiro de obras. Os questionamentos quanto a isso foram feitos a partir da segunda visita. “Outro aspecto relevante em relação à mão de obra é a falta de correspondência entre o quantitativo de profissionais indicados nas medições (memórias de cálculo) e o apontado em diário de obras”, afirma o TCM em relatório de outubro.

Segundo o relatório, no diário da obra consta, por exemplo, que haveria um bombeiro hidráulico no canteiro, mas na medição nenhum foi encontrado. Algumas funções tinham mais profissionais que o indicado; era o caso de engenheiro júnior – no diário constava um e na medição, dois. O mesmo ocorria com a função de servente: eram quatro no diário, mas foram vistos 15 na medição. “O número de profissionais lançados no Diário de obra está abaixo do real utilizado e deverá ser corrigido a partir da próxima medição”, responde a responsável pela obra.

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