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A afirmação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de que não pretende ser candidato em 2010 é muito importante para o sistema democrático brasileiro, avaliou ontem o cientista político Luiz Jorge Werneck Vianna, do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj). "A política é um jogo de alternâncias. É saudável o presidente perceber isso", declarou. Segundo Vianna, Lula será uma peça fundamental no jogo das próximas eleições presidenciais enquanto seu partido, o PT, terá papel secundário.

"O PT ficou um partido pequeno perto dele. Aconteceu o mesmo com Getúlio Vargas e o PTB", lembrou. Um dos sinais de que a distância entre o presidente e seu partido cresce a cada dia, para o pesquisador, é a defesa de Lula de uma candidatura única da atual base governista. "Ele quer fazer um sucessor, e isso significa encontrar um candidato que reúna as forças que sustentaram o governo nos oito anos de mandato", explicou.

A volta do escândalo do mensalão ao noticiário, com o julgamento da denúncia contra os 40 acusados no Supremo Tribunal Federal (STF), iniciado semana passada, não deve atrapalhar os planos do presidente de fazer um sucessor, avaliou Vianna. Porém ajudam a deixar o PT, legenda duramente atingida pelas denúncias, ainda mais fragilizado e fora do centro das decisões. "O PT está sofrendo e ainda vai sofrer muito com esse mensalão", avaliou.

Assim como Lula, o cientista político considera cedo para se falar em um nome de candidato para a base governista em 2010. Afirmou, porém, que, em sua opinião, o mais cotado hoje é o ministro da Defesa, Nelson Jobim, do PMDB. Mas, segundo ele, muita coisa ainda vai acontecer até lá, e 2008 será um ano importante em que as possibilidades vão se estreitar por causa do jogo em torno das eleições municipais.

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