
A explosão do tanque de combustível de uma picape, no fim da tarde de domingo, em Londrina, levou a polícia a descobrir um carregamento de 107 quilos de maconha. Parte da droga estava dentro do próprio tanque de gás natural veicular (GNV) e o restante escondido em outras partes do carro, que teve perda total. A calçada próxima ao posto ficou forrada de maconha. O motorista do carro, Natanael de Freitas, de 45 anos, foi preso. Ninguém se feriu.
De acordo com o delegado-chefe da Polícia Federal em Londrina, Evaristo Kuceki, a explosão ocorreu provavelmente em razão das modificações feitas no cilindro para que os pacotes de maconha fossem acondicionados.
Explosão
Com a explosão, o cilindro foi arremessado de encontro a outro carro que estava parado no posto, atingindo um muro em seguida. "Se ele (Freitas) estivesse dentro do carro, teria morrido", disse Kuceki. O motorista tentou fugir, mas foi preso por policiais militares, que o encontraram escondido perto de um chiqueiro de porcos.
Ele disse à polícia que tinha assumido a direção do carro em Iporã, no Noroeste do Paraná, com a missão de entregá-lo em São Paulo. O delegado afirmou que Freitas já foi condenado a 13 anos de prisão por assalto à mão armada.
Facilidade
A facilidade no financiamento de veículos novos está incrementando o tráfico de drogas no Brasil. A afirmação é do delegado Michael Rocha França Araújo, da Divisão de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil. A picape "recheada" de maconha seria um exemplo disso, segundo o delegado. Os traficantes aproveitariam os juros baixos e prestações em até 72 meses para adquirir veículos para carregar as drogas.
Segundo Araújo, o quadro que as polícias vêm enfrentando é bem diferente do de alguns anos atrás, quando a maioria dos veículos apreendidos transportando drogas era composta por carros velhos.
"Com a facilidade de financiamento, agora o traficante prefere comprar um veículo novo, geralmente em nome de um laranja, e vai pagando as parcelas cujos valores são pequenos até o carro ser apreendido. Ou nem paga. Se for pego, ele compra outro", explica o delegado.



