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Tráfico

Cilindro de gás explode e revela carro com carga de maconha

Delegado diz que traficantes compram carros financiados e nem se importam em perdê-los. Simplesmente param de pagar as prestações em caso de acidente

Picape após a explosão: cilindro foi arremessado contra outro carro e um muro | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Picape após a explosão: cilindro foi arremessado contra outro carro e um muro (Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

A explosão do tanque de combustível de uma picape, no fim da tarde de domingo, em Londrina, levou a polícia a descobrir um carregamento de 107 quilos de maconha. Parte da droga estava dentro do próprio tanque de gás natural veicular (GNV) e o restante escondido em outras partes do carro, que teve perda total. A calçada próxima ao posto ficou forrada de maconha. O motorista do carro, Natanael de Freitas, de 45 anos, foi preso. Ninguém se feriu.

De acordo com o delegado-chefe da Polícia Federal em Londrina, Evaristo Kuceki, a explosão ocorreu provavelmente em razão das modificações feitas no cilindro para que os pacotes de maconha fossem acondicionados.

Explosão

Com a explosão, o cilindro foi arremessado de encontro a outro carro que estava parado no posto, atingindo um muro em seguida. "Se ele (Freitas) estivesse dentro do carro, teria morrido", disse Kuceki. O motorista tentou fugir, mas foi preso por policiais militares, que o encontraram escondido perto de um chiqueiro de porcos.

Ele disse à polícia que tinha assumido a direção do carro em Iporã, no Noroeste do Paraná, com a missão de entregá-lo em São Paulo. O delegado afirmou que Freitas já foi condenado a 13 anos de prisão por assalto à mão armada.

Facilidade

A facilidade no financiamento de veículos novos está incrementando o tráfico de drogas no Brasil. A afirmação é do delegado Michael Rocha França Araújo, da Divisão de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil. A picape "recheada" de maconha seria um exemplo disso, segundo o delegado. Os traficantes aproveitariam os juros baixos e prestações em até 72 meses para adquirir veículos para carregar as drogas.

Segundo Araújo, o quadro que as polícias vêm enfrentando é bem diferente do de alguns anos atrás, quando a maioria dos veículos apreendidos transportando drogas era composta por carros velhos.

"Com a facilidade de financiamento, agora o traficante prefere comprar um veículo novo, geralmente em nome de um laranja, e vai pagando as parcelas – cujos valores são pequenos – até o carro ser apreendido. Ou nem paga. Se for pego, ele compra outro", explica o delegado.

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