
O Ministério da Justiça determinou a saída, até o fim do mês, dos cerca de 400 homens da Força Nacional de Segurança (FNS) que auxiliam a polícia do Rio de Janeiro no patrulhamento ostensivo. De acordo com a assessoria de Comunicação do Ministério, a decisão se deu porque, legalmente, a FNS não está autorizada a ficar indefinidamente em nenhum estado e diante da avaliação do comando da operação de que "a missão no Rio foi cumprida".
O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, disse, no entanto, que a saída da tropa ocorrerá porque o Exército não tem mais estrutura para alojar os agentes eles estão num quartel militar na Ilha do Governador, na zona norte. "O Exército diz que não tem um imóvel (para mantê-los) e o estado também não tem. Vou ver se construo um lugar ou se vou desalojar (alguém) para não deixar o Rio sem a presença da Força. Vou dar meu jeito", avisou o secretário, admitindo que isso não deve acontecer até o fim do mês. Beltrame afirmou que tem "outro projeto" para a Força e pretende pedir seu retorno ainda este ano. "Tenho certeza de que eles voltam", disse.
O escritório de comando da FNS, no centro do Rio, será mantido com um efetivo mínimo, de cerca de cinco pessoas, para que seja possível reorganizar o trabalho de policiais militares nos locais onde atua a FNS. Atualmente, segundo Beltrame, eles fazem patrulhamento da orla do Aterro do Flamengo (centro e Zona Sul) ao Recreio (Zona Oeste) e ainda na Lagoa (Zona Sul). "Mesmo não sendo nítido para o carioca o trabalho da força, ela é muito importante para o Rio", disse. O Exército deu prazo de 15 dias para que o local seja desocupado. O relações públicas do Comando Militar do Leste, coronel Carlos Alberto Lima, disse que apenas hoje o Exército vai se pronunciar sobre o assunto.
A FNS chegou ao Rio em janeiro de 2007, após ataques contra ônibus e policiais comandados por traficantes no fim de 2006, que deixaram 20 pessoas mortas e 32 feridos. A vinda do efetivo era prevista apenas para o Jogos Pan-Americanos, realizados em julho de 2007, mas foi antecipada pela onda de ataques. Durante o evento esportivo, o efetivo da FNS chegou a 4,5 mil homens na capital fluminense. Por muitos meses, a FNS monitorou os acessos ao complexo do Alemão, na zona norte.
Alemão
O presidente da Associação de Moradores da Favela da Grota, Wagner Nicácio, afirma que a presença dos agentes da FNS nos acessos à favela diminuiu o número de roubos, mas reconhece que não lembra de nenhuma prisão efetuada pelos policiais. "Acho que a comunidade ficou mais vigiada. A atuação deles está sendo positiva. Por exemplo, quando alguém passa mal, eles levam a pessoa ao hospital", afirmou o líder comunitário.



