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ACESSIBILIDADE

Cinco apartamentos em que se respeita a diferença

Construtor fez adaptações para moradores com deficiência em 30% dos imóveis do condomínio erguido no bairro Capão Raso

O cadeirante Jadir de Carvalho, 54, O  aprovou as portas mais largas e os interruptores mais baixos, ao visitar um dos apartamentos adaptados. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
O cadeirante Jadir de Carvalho, 54, O aprovou as portas mais largas e os interruptores mais baixos, ao visitar um dos apartamentos adaptados. (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

Mirando um público alvo de mais de 360 mil pessoas, o construtor Gustavo Camesini, 56, tomou uma decisão no ano passado: dedicou 30% do seu novo condomínio a pessoas com deficiência. São unidades com portas, janelas, tomadas, pia e banheiro totalmente adaptados para esse público. Apesar da existência de regras para adaptação de edificações, nenhuma legislação obriga que novas unidades sejam adaptadas ou mesmo adaptáveis.

O resultado comercial da empreitada ainda é desconhecido porque o empreendimento será lançado apenas daqui a dois meses. Mas ele já se diz satisfeito por estar fazendo sua parte. “É um público cada vez mais ativo na sociedade, com poder de compra crescente, e faltam produtos que o atenda”, afirma Camesini, que construiu três condomínios na cidade.

É um nicho de mercado ainda pouco explorado. Trata-se de um público com necessidades bem específicas e tenho certeza de que haverá interessados.

Mirella Prosdócimo, secretária municipal da Pessoa com Deficiência

O Residencial Maria Izabel, na rápida do Capão Raso, foi idealizado a partir de uma dificuldade. “Inicialmente, pensei em ter lojas embaixo e apartamentos em cima. Mas eu não conseguia aprovar o projeto porque a gestão passada exigia que o acesso às lojas fosse pela rua lateral. Como havia uma série de normas de acessibilidade na área comum, desisti dos pontos comerciais e decidi levar essa acessibilidade para dentro.”

O condomínio tem 16 apartamentos. As unidades para o público em geral têm 30 m² e sacada com churrasqueira. Já as cinco unidades para pessoas com deficiência têm mais do que dobro do tamanho (75 m²) e, por isso, também custarão mais. Todas serão colocadas para locação.

Nos apartamentos adaptados, as portas terão 1 metro de largura, as tomadas são mais altas e os interruptores mais baixos. A pia tem regulagem de altura e o espelho do banheiro será dirigido para baixo, de modo que um cadeirante possa se ver.

Mirella Prosdóscimo, secretária da Pessoa com Deficiência de Curitiba, diz que o projeto se destaca por ver o deficiente como consumidor.

“É um nicho de mercado ainda pouco explorado. Trata-se de um público com necessidades bem específicas e tenho certeza que haverá muitos interessados.”

Segundo Camesini, a secretária teve papel relevante na aprovação do projeto.

Garantias

O último censo demográfico do IBGE apontou para a existência de 360 mil pessoas com deficiência em Curitiba e região.

Desde a promulgação do decreto 5.296/2004, a Associação Brasileira de Normas Técnicas tem regulamentado parâmetros técnicos para garantia de condições de acessibilidade em áreas de uso comum. Mas nenhuma legislação obriga as construtoras a ter unidades adaptáveis, salvo os casos em que o imóvel será enquadrado no programa Minha Casa Minha Vida.

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