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O governo do Paraná retomou neste mês as cirurgias reparadoras em pacientes com sequelas da hanseníase. As cirurgias não eram realizadas há 10 anos no estado. Uma cirurgia já foi feita, 20 estão agendadas e 147 pacientes candidatos a cirurgias estão sendo avaliados por equipes multidisciplinares do Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba. As cirurgias marcam também a entrada em operação do centro cirúrgico da instituição, que foi inaugurado em 2008, mas não funcionava por falta de estrutura.

O coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas por Hanseníase (Morhan), Artur Custódio de Souza, disse que o Paraná tem sido exemplo de acolhimento dos pacientes de hanseníase e de seus familiares. Ele lembrou que a Lei 11.520, que reconhece a segregação dos pacientes como crime no Brasil, foi promulgada há cinco anos, mas até agora não ocorreu a regulamentação do artigo 4º, que trata das cirurgias reabilitadoras. "O Paraná sai na frente com a oferta dessas cirurgias e deve ser exemplo copiado por outros estados. Uma cirurgia plástica para correção de deformidades não é estética, é recobrar a autoestima e a qualidade de vida de pessoas que já sofreram com o preconceito e a segregação", afirmou.

Retomada das cirurgias

A primeira cirurgia ocorreu no dia 21 de maio para descompressão dos nervos da mão e pé esquerdos de um paciente do sexo masculino. Em junho ele fará nova cirurgia para correção do lado direito do corpo e no pós-operatório terá acompanhamento fisioterápico no Centro de Reabilitação.

O paciente teve diagnóstico de hanseníase em 2006 e, após tratamento e cura, convive com as sequelas da doença e não consegue trabalhar. Ele perdeu o movimento das mãos e dos pés e, por conta de dores muito fortes, às vezes não consegue andar. A cirurgia para descompressão dos nervos deverá aliviar as dores e diminuir o número de medicamentos administrados, além de proporcionar a reinserção social e laboral do paciente.

O centro Hospitalar de Reabilitação agendou outras 20 cirurgias para correção de sequelas da hanseníase e ampliará a oferta de acordo com a indicação do atendimento global dos pacientes.

SintomasA hanseníase é uma doença infectocontagiosa que se manifesta principalmente na pele, com manchas esbranquiçadas e avermelhadas, dormência, caroços pelo corpo e bolhas nas mãos e braços. A doença também atinge os nervos periféricos, podendo causar deformidades nas mãos e pés.

Uma vez iniciado o tratamento, o paciente não transmite mais a hanseníase. O tratamento, que tem duração de seis meses ou um ano, é à base de medicamentos e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Recadastramento de pensionistas

A partir do dia 2 de junho, o Estado fará o recadastramento dos Pensionistas da Hanseníase do Paraná. Os 1.938 pensionistas cadastrados serão informados sobre o recadastramento por meio de correspondências, aviso eletrônico e avisos no contracheque, ambos disponíveis nos terminais de autoatendimento do Banco do Brasil.

A pensão está prevista na lei estadual 8246/86, que concede um benefício mensal no valor de um salário mínimo ao trabalhador que, por conta das lesões físicas ou defeitos causados pela hanseníase, está incapacitado de trabalhar. Em caso de morte, o benefício é transferido para as viúvas ou para os filhos menores ou incapazes dos portadores.

Mais informações no site do Ministério da Saúde.

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